Segundo se afirma é, actualmente, um homem que vive só. Com filhos oriundos dos tempos em que foi casado, optou por viver, hoje-em-dia, de uma forma algo distante dos seus concidadãos. O cargo que ocupa, de certo modo, a isso o obrigou. Isto, porém, sem prejuízo de, por vezes, tal como a imprensa cor-de-rosa comenta, gostar de companhia. Modos de vida, direis vós, sobre os quais ninguém tem nada com isso. Apesar de homem de esquerda (chique, claro está), gosta de viver bem. Mais: sabe o que é bom e faz bem.
O andar que habita, em zona nobre de Lisboa, é um reduto de bom gosto para o merecido (!!!) descanso. Os tapetes da sala de estar, em tom suave e de fácil manutenção, são da Bolon. O branco veste, igualmente, as cortinas deste espaço, num requintado algodão egípcio com a assinatura da marca espanhola Gastón y Daniella. O objectivo foi filtrar alguma luz e assegurar a necessária privacidade. Para o mobiliário, da Dimensão, a opção assentou em bases essencialmente escuras. Pelo seu lado, os sofás da Divani & Divani, em branco, contrastando com o mobiliário, mas a condizer com os cortinados, imprimem um toque descontraído. Já o cadeirão Moroso dá um toque diferente ao ambiente que se quis requintado. É uma peça marcante, reservada, fundamentalmente, para a leitura e o relaxe.
Na extensão da sala, a varanda é uma das zonas mais apetecíveis. Com vista para uma zona privilegiada da cidade, tanto pode servir para um lanche ao final da tarde, como também para uma leitura, possuindo, para esse efeito, uma espreguiçadeira de design contemporâneo. Nos quartos, ganham predominância as cores vivas. No principal, uma das paredes foi pintada num azul vivo, salientando-se ainda os brancos dominantes. A cama, com o selo da Colunex, garante noites bem dormidas. Ao azul da parede e ao branco da cama foram juntados tecidos com algumas estampas, riscas, flores e outros apontamentos. Já o quarto ao lado, com uma das paredes colorida de amarelo, é, de certo modo, um espaço multifuncional. Para aqui foi escolhida uma “chaise-longue”, revestida a tecido da Gastón y Daniella, com uma textura muito rica.
Os quadros, todos eles de autores portugueses, reflectem um gosto bastante eclético, muito ao estilo do proprietário. Vão desde as clássicas pinturas de Vieira da Silva, Abel Manta, Júlio Pomar, entre outras, passando pelos autores mais contemporâneos, tais como Paula Rego e Barahona Possollo. Não esquecer, todavia, uma magnífica escultura de Cutileiro, colocada ao fundo do hall, de modo a que, quem entre, de imediato “encha o olho”.
De quem é a casa? De quem é, perguntarão os leitores. É do nosso “primeiro engenheiro” que, deste modo, sóbrio e singelo, enfrenta a crise e não só! Aliás, no vestir é igualmente muito simples, adquirindo o que veste no pronto-a-vestir de um qualquer centro comercial, tal como a generalidade dos portugueses. Todavia, isso será objecto de nova crónica.
P.S. – Qualquer semelhança entre o teor do texto e a realidade é pura coincidência. Ou talvez não!