O meu ponto de vista

Janeiro 22 2018

Duas notícias, hoje dadas à estampa, despertaram o meu interesse. Ambas retiradas do DN. A primeira, dizia que 1500 soldados e cabos do exército pagaram para rescindir os respectivos contratos. A outra, afirmava que as competências pessoais são, cada vez mais, valorizadas pelas empresas.

Ora, é sabido que, na última década, Portugal enfrentou momentos particularmente desafiantes, marcados pela instabilidade económica, pelo aumento dos níveis de desemprego e por uma vaga sem precedente de emigração qualificada para o estrangeiro. Agora, porém, mercê do mercado de trabalho português, quando parece ter-se finalmente retomado o dinamismo pleno, importa atentar no que em cima é apontado, bem como fazer o balanço da herança deixada pelos anos de crise e definir uma estratégia para o futuro, que seja simultaneamente ambiciosa e concretizável.

Para isso é fundamental perceber quais as expectativas dos empregadores e dos profissionais. Nesta ordem de ideias, é absolutamente necessário que os profissionais qualificados (!!!) se sintam, per si, interessados em avaliar novos projectos de carreira. Como poderão as empresas ultrapassar esta crescente escassez de competências que ameaça colocar em causa os seus planos de crescimento?

Actualmente, a esmagadora maioria das organizações em Portugal afirma ter dificuldades em recrutar talento, um problema que, recorde-se, era há uns anos exclusivo da área das TIC.

A resposta a esta e a outras questões similares deverá obrigatoriamente passar por planos de atracção e retenção de talentos bem estruturados. O ensino profissional não pode continuar a ser – desculpem-me a expressão – a lixeira de todo o restante ensino secundário.  Não pode ser o vazadouro dos alunos com dificuldades cognitivas e/ou de integração. Junta-te aos bons e serás um deles; junta-te aos maus e serás pior que eles. Ditado muito antigo, mas ainda muito assertivo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:21

Março 17 2017

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Imaginem que eram donos de uma empresa e tinham determinado número de motoristas. Firma que, devido à conjuntura e algo comum à maioria das suas congéneres, passava por certas, para não dizer muitas, dificuldades financeiras. Até aqui, nada de inexplicável ou, como costumo amiúde dizer, a “oeste nada de novo”, roubando o título a um famoso livro do já falecido Erich Maria Remarque.

A incompreensão, porém, surge quando, por exemplo, diz a um dos seus motoristas:

- Zé, hoje de manhã, como o número de entregas não justifica a saída, vai limpar e lavar a carrinha.

E, este, com toda ou sem nenhuma bonomia estampada no seu rosto, responde:

- Desculpe, mas sou motorista e não lavador de carros. Por isso, se quiser que faça este serviço terá de me pagar, mensalmente, um subsídio de 43 euros.

Acrescentando, sem o deixar sequer abrir a boca, logo a seguir:

- Aliás, não estou a pedir nada de mais. Veja o caso dos motoristas do Estado. Por acaso, não leu a notícia que vem no Público de hoje?

O desenrolar do resto da história deixo ao critério dos meus caros leitores. Todavia, faço notar que não custa imaginar o seu “the end”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:00

Janeiro 26 2017

Sim, eu sei, que vou levar “porrada de água à jarra”. Não importa, pois já estou acostumado e, ainda por cima, tenho costas largas. Sou funcionário público, com muita honra, e presumo valer o dinheiro que recebo ao final de cada mês, ou seja, penso não comer o pão amassado com o suor alheio. Porém, não sou cego e mudo. Por isso, por ver e ter voz, é que, por vezes, escrevo o que muitas pessoas pensam mas não têm coragem de dizer e muito menos escrever.

Vivemos tempos de mudança, não deixando, mesmo assim, de serem duros, o que quase faz esquecer a linha que separa trabalhadores públicos dos privados. Mas verdadeiramente ela existe e é muito nítida, por muito que tentem fazer-nos crer do contrário.

Percebe-se, deste modo, que sou de opinião que não deve haver diferença de tratamento entre trabalhadores, sejam do público ou do privado. As empresas quando deixam de ter dinheiro, não pagam e, mesmo com uma lei do trabalho que não lembra ao Diabo, vêem-se na contingência de despedir. E o que se passa no Estado? Bem, estando este falido ou perto disso, porque não se despede e até se recuperam rendimentos e regalias?

As empresas, salvo raras e honrosas excepções, não crescem. Vivem-se momentos dramáticos e muito duros na nossa história. Nesta ordem de ideias, os cidadãos que trabalham para um patrão têm direitos e deveres iguais, quer este seja público ou privado.

Seria uma medida sem precedentes? Sim, seria. Mas casa onde não há pão …

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:50

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