Em Dezembro de 2011 Passos Coelho, então primeiro-ministro, afirmou e passo a citar “sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa".
Em 12 do corrente mês, em Paris, António Costa disse ipsis verbis "muito importante para a difusão da nossa língua e é também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de Português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui".
A pergunta impõe-se: nota-se alguma diferença em ambas as declarações?
Aqui chegado, faço um apelo à vossa memória, o qual, aliás, não necessita de ser assim tão grande como isso. Recordam-se o que os grupelhos da esquerda e extrema radical e, sobretudo, esse paladino da defesa acérrima dos professores, que se dá pelo nome de Mário Nogueira, disseram sobre a primeira afirmação? Choveram raios e coriscos e afirmaram do então chefe do governo o que os maometanos não dizem do toucinho.
E agora? Alguém ouviu uma palavra? Não mandam o António Costa emigrar como então fizeram? Haja vergonha!