O meu ponto de vista

Setembro 21 2021

Todos repetimos a cada quatro anos: deveriam haver eleições autárquicas todos os anos. Não há rua nem beco onde a um, dois meses da data do escrutínio eleitoral não se façam obras. Eles são pavimentos novos, valetas limpas, sinalizações de tudo e mais alguma coisa, rotundas e lombas a dar com o pontapé, etc., etc.

E promessas? São folhas e folhas cheias das mais dispares plácitos. Pudera, prometer não custa nada. É só abrir a boca e fazer força, como se costuma dizer. E o pior é que tanto eles como nós sabemos que a esmagadora maioria não são para cumprir. Mas sem o folclore que tal acarreta não tinha graça nenhuma. Por isso, para a frente que é para Lisboa.

O outro dia, num mercado aqui perto, não se podia sequer estacionar tantos eram os carros de todos os partidos e/ou coligações. Depois era ver quem colocava o som mais alto quem distribuía mais folhetos, numa tropelia de fazer corar o mais empedernido dos eleitores. Até as crianças, muito longe de atingirem a idade de votar, eram cativadas. Não podendo catequizar pais e avós, a solução passava pelos mais pequenos. Os “papéis” não poderiam obrigatoriamente ficar por distribuir.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:44

Novembro 06 2020

Desde terça-feira passada que não se fala de outra coisa, i.e., das eleições americanas. Não há abertura de telejornal ou primeira página que, dia após dia, senão hora a hora, não retratem a vitória de Biden, como a seguir anunciem Trump como vencedor. É evidente que outro assunto também realça nos noticiários - falo da pandemia provocada pelo Covid-19 -, mas isso são outros quinhentos.

O que realça, porém, para estas parcas linhas são as eleições presidenciais nos EUA. Com toda a franqueza, a nação mais poderosa do mundo, ex-libris em termos de tecnologia, não é capaz de em 24 horas contar os votos e declarar A ou B vencedor? Imaginem que haveria, não dois, mais nove ou dez, como acontece em Portugal. Com o sistema que têm demoraria meses. Bem, aqui chegados, há quem defenda que a América necessita exactamente desse número de candidatos, pois se assim fosse o processo há décadas que seria muito mais célere.

Como é evidente, se os europeus pudessem votar, Biden teria sido eleito no próprio dia, independentemente do complexo sistema eleitoral .

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:42

Outubro 08 2019

Eleições realizadas, resultados não muito longe dos previstos, quase tudo como dantes, quartel-general em … De certo modo, poder-se-á dizer que vira o disco e toca o mesmo. Ou, por outras palavras, citando o escritor alemão do pós-guerra, Erich Marie Remarque, a oeste nada de nada.

Se politicamente não se anteveem grandes novidades, uma vez que apenas falta saber com quem o PS se coligará, no que concerne aos professores, então a esperança por melhores dias é completamente vã. A ideia de que os professores nada fazem, que são uns privilegiados em termos de vencimento, de trabalho e de férias é, infelizmente, um dado assente na opinião pública e até publicada. Aliás, foi de tal pensar que António Costa soube tirar enormes dividendos. Um dia o ensino em Portugal pagará, com língua de palmo, por estes desmandos concepcionais, bem como torcerá a orelha, mas esta não deitará sangue.

Já agora e a talhe de foice, para esclarecimentos dos mais incautos, direi a jornada semanal de um docente: 2ª feira – Reunião de equipa, através de inspiração com recurso à visualização de um filme, jogos de mesa, entre outros, todos intervalados com diversas bebidas e os mais variados acepipes; 3ª feira – Almoço com os colegas, debatendo um tema sempre aliciante sugerido pelo coaching; 4ª feira – Viagem de negócios, sendo que algumas semanas é de avião em classe executiva; 5º feira – Back to office, sendo importantíssimo a visualização dos emails e a eventual formação em regime de e-learning; 6ª feira – E o fim-de-semana a chegar … Na semana seguinte é, com toda a certeza, uma experiência a repetir.

O único senão: com tantos atractivos porque começam a faltar professores em quase todas as disciplinas e anos de escolaridade? Mas isso é outra questão que não interessa para nada

publicado por Hernani de J. Pereira às 14:42

Outubro 06 2019

Pois é. As previsões confirmaram-se. Não na sua totalidade, uma vez que os socialistas não conseguiram a maioria absoluta, mas na sua maioria estão plasmados nas primeiras projecções.

É evidente que António Costa reeditará uma geringonça 2.0, sem o BE, mas com o PCP, o qual continua numa curva descendente até ao seu aniquilamento total. Alguém terá dúvida que o PS – força política que contribuiu enormemente para a acentuada queda dos comunistas - lhe continuará a dar o abraço de urso?

Já o PSD, no momento em que escrevo estas linhas, é uma incógnita. Se ficar pelos 24% dificilmente Rui Rio terá condições para permanecer no lugar. Todavia, se se situar perto dos 30% então tem todo um caminho livre, que não risonho, pela sua frente.

Uma última palavra para o desastre chamado CDS. Simplesmente lamentável. É caso para dizer que ultimamente nunca se encontrou e em tudo se perdeu.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:45

Julho 09 2019

Há oito anos, tanto na Grécia como em Portugal, os socialistas levaram os respectivos paises à bancarrota. É um dado adquirido e irrefutável. Ponto final. Com raríssimas excepções, como é o caso do actual governo português, sobretudo pelo constante pé no travão do Centeno, os socialistas são uns mãos largas a distribuir dividendos, para depois recuarem à socapa, deixando a outros atarefa de se virarem com sucessivos planos de resgate, já que a inexistência e a sua não aplicação implicaria não ter sequer pão para a boca.

O certo é que, tanto num país como no outro, os governos que suportaram e implementaram, pela força das circunstâncias, austeridade sofreram em eleições seguintes pesadas derrotas. Em Portugal, Sócrates elevou o país ao pináculo da imperfeição. Sucedeu-lhe Passos Coelho que redimiu, à custa de imensos sacrifícios, o país, para logo a seguir perder o governo. Não as eleições que é coisa distinta. Na Grécia, os socialistas do PAZOK conseguiram que este atingisse a degradação total. Sucedeu-lhes o Syriza, como salvador da pátria. Prometeu mundos e fundos para, logo a seguir, acabar vergado ao peso dos credores. Claro que quem necessita de dinheiro, amocha. Agora, perdeu em toda a linha para a direita.

Como corolário: em tempos de vacas magras – leia-se ausência de pilim – jamais queiras governar. É que corres o sério risco de salvar o país, mas acabar afogado.

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:08

Junho 13 2019

O Mário, o eterno defensor dos professores, o querido líder da Fenprof, afinal não vai abandonar esta liga, ao contrário do que em tempos levou muitas pessoas a pensar, eu inclusive. Irá candidatar-se em lista única, como convém nos sindicatos ditos democráticos, a mais um mandato de três anos, afirmando que agora, sim, é o último.

Pudera, acrescento eu. Após mais um mandato terá idade e tempo de serviço para se reformar. Dar aulas? Tá quieto, ó meu!

Depois de um mandato em que primeiramente andou de braço dado com o Tiago, tecendo-lhe os maiores encómios, e posteriormente “comido” por ele - também conhecido por se autoqualificar como “acérrimo e radical defensor dos professores” -, acabando por nada conseguir para os docentes, a primeira coisa que deveria fazer, se tivesse um pingo de vergonha, era abandonar a vida sindical e ir dar aulas. Só que isso é para os verdadeiros professores.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:25

Maio 26 2019

Uma mesa de voto, cinco pessoas e uma sala, na maior parte do tempo, literalmente às moscas. De vez em quando, a monotonia é quebrada pela chegada e um ou outro cidadão, ou por qualquer chalaça dita por qualquer elemento do referido quinteto.

A meio da manhã, a junta de freguesia simpaticamente manda entregar natas e cafés. Soube maravilhosamente. Quebrou a rotina e repôs as energias gastas em tão árdua tarefa. Sim, fazer pouco também cansa.

É do conhecimento geral que as empresas/organizações mandam parar determinados sectores quando o número baixo das encomendas assim justifica. Neste acaso deveria acontecer o mesmo. Por exemplo, encerrávamos portas quando o nível de frequência baixasse a um nível previamente estabelecido. Reabríamos quando se registasse o oposto. Outra hipótese: abrir apenas durante determinados intervalos de tempo. Fica a sugestão.

Três horas a pós a abertura das urnas a percentagem dos votantes não chegam aos nove. E o raio dos ponteiros do relógio não avançam ou se o fazem é muito devagar.

De vez em quando, surge uma ou outra pessoa mais idosa, daquelas que só vemos nestas ocasiões, as quais aproveitam para longos minutos de conversa. O tempo é longo e é também uma obra de caridade a atenção dispensada.

Sem mais para fazer, dei uma vista de olhos pelas listas das 17 (!!!) candidaturas. Conclusão: entre efectivos e suplentes contei 493 pessoas. Pergunto a mim próprio como é possível haver tanta gente disponível para estas causas, mesmo sabendo que a maioria apenas deu nome para “encher” a respectiva lista. Imaginem quantos dias de trabalho não foram executados, pelo menos enquanto durou a campanha eleitoral.

São 12h00 e a percentagem subiu apenas dois pontos. Como aguentar esta “seca”? Caramba, nem o fim da missa fez aumentar o fluxo de votantes. A única novidade é haver alguns eleitores exercer o seu direito cívico de calções e havaianas. Das duas, uma: vão para a praia ou isto está a transformar-se num imenso Brasil.

 

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:20

Dezembro 10 2018

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É tempo de eleições. É de aproveitar, minhas senhoras e meus senhores. Este podia ser um pregão numa praça qualquer bem perto de si. Este pensamento vem a propósito do registo da extraordinária vaga de greves de que há memória.

Prometeram e asseguraram uma legislatura de progresso e, sobretudo, de paz social. A bem dizer, os três últimos anos assim aconteceu. Contudo, só os incautos poderiam pensar que tal clima teria continuação até ao final do actual mandato.

Hoje, sem margem para dúvidas, é altura para “assim se vê a forças do PC” e não só. É o momento ideal para cada um – PS e as forças à sua esquerda que parlamentariamente o apoiaram - reivindicar o que de bom foi feito e apontar o dedo aos outros para o que não foi realizado ou se sim foi mal.

A actual situação só vai cessar bem perto do Verão do próximo ano, i.e., a três meses das eleições legislativas.

Já agora, a esmagadora maioria, senão a totalidade, são greves no sector público. Sintomático!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:16

Outubro 18 2018

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Quem é que acreditou que a função pública só teria um aumento de 50 milhões de euros no próximo ano? Quantia, aliás, que dava somente cerca de 10 euros a cada funcionário, tendo, ainda por cima, o cutelo de ser, em muitíssimos casos, comida pela não mexida nos escalões do IRS.

Em ano de tantas eleições, sobretudo as legislativas, era demasiado pouco! Mário Centeno apesar de querer ficar na história como o ministro das Finanças que levará a défice a níveis nunca vistos – na ordem dos 0,2% -, numa entrevista dada esta semana à TVI afirmou que este número não é cabalístico e de modo algum existe uma fixação obsessiva por este indicador económico.

Por isso, não admira que, hoje, a imprensa venha dizer que, afinal, não existem 50, mas sim 200 milhões para distribuir. Eleições oblige.

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:59

Janeiro 10 2018

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O fundamental para um líder partidário é potenciar a imagem do partido, em particular, e de Portugal, em geral, bem como da competência na área dos centros de decisão.

A idealização estratégica e a elevada qualificação são grandes aliciantes para a adesão de um número crescente de portugueses. As estruturas, muito delas completamente caducas, necessitam urgentemente de mudar, sem estar a olhar constantemente para dependência que os interesses deste ou daquele lobby tenha que ser salvaguardado.

O reconhecimento das boas práticas implementadas, assim como os bons resultados alcançados, terão, no caso da disputa interna do PSD, de ser ponderados.

Rui Rio, após o debate de hoje na TVI com Santana Lopes, levou sem dúvida a palma. Mais preparado, mais convincente e, sobretudo, mais sereno e esclarecedor. Depois ao recordar-me - sim, eu lembro-me bem das tão badaladas “trapalhadas” – da governação, em 2004, do “menino guerreiro” e comparando-a com a gestão de Rui Rio à frente da CM do Porto, tendo, por exemplo, presente a memória de independência que este manteve perante o FCP/Pinto da Costa – eu próprio pensava o contrário -, leva-me a tomar uma posição diferente daquela que aqui expressei.

Assim, e para os devidos efeitos, declaro que no próximo sábado votarei Rui Rio.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:58

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