Queremos combustíveis o mais baratos, se possível ao preço da chuva – bem, talvez não seja o melhor exemplo, já que esta, ultimamente, está pelas ruas da amargura -, pois de outro modo as nossas deslocações diárias são extremamente onerosas. Contudo, nada de explorar petróleo em qualquer zona – terrestre ou marítima – já que poderá contribuir para a desfiguração da nossa paisagem.
Igualmente ansiamos por conduzir veículos eléctricos, mais ecológicos e, a longo prazo, mais económicos, mas jamais explorar o lítio neste rectângulo à beira-mar plantado, algo fundamental para o aumento da duração das baterias daqueles, bem como dos telemóveis, tablets e afins. É que as paisagens protegidas, assim como os nossos montes e vales, lobos, caracóis e minhocas, seriam dizimado(a)s.
Todavia, senão somos nós, alguém o terá de fazer, i.e., continuar a explorar as jazidas petrolíferas, bem como a extração do lítio das entranhas terrestres, na maior parte das vezes em muito piores condições ambientais que aquelas que poderíamos oferecer.
Responderão: tudo bem, desde que seja longe do nosso belo e amado país. Fazem-me lembrar a velha questão da reciclagem dos resíduos tóxicos do tempo de Sócrates. Todos estavam a favor desde que não fosse perto do seu quintal.
No fundo, aqueles que mais lutam contra esta evolução da economia, são os hipócritas que jamais prescindem do seu carro e dos bens materiais adquiridos nas lojas mais finas. Autênticos comilões de caviar com discursos de ingestão de batata cozida com pele