O meu ponto de vista

Agosto 30 2024

O que era previsível há pelo menos meia dúzia de anos tornou-se hoje-em-dia notícia diária. Refiro-me concretamente à falta de professores. O ataque extraordinariamente brutal a que a classe foi sujeita desde a famigerada Maria de Lurdes Rodrigues, com o consequente abaixamento do prestígio social dos docentes, bem como a desvalorização dos respectivos ordenados e sem esquecer os anos de serviço congelado, levaram a que os alunos após a conclusão do ensino secundário não optassem pelos cursos superiores via-ensino E aqueles que ainda escolhiam esta via eram, quase sempre, os de menor classificação.

Parece que actualmente as coisas estão a mudar e as vagas do ensino superior para esta área foram, na primeira fase, todas preenchidas. Congratulo-me por tal.

Todavia, até que estes estejam em condições para dar aulas, vamos erguer ao céu lamentos flamejantes e haverá por alguns anos muitos alunos do ensino básico e secundário – e os pais - a perorar pela falta de professores.

Ora, sem colocar em causa a formação pedagógica, sou de opinião de que se deve abrir a possibilidade de lecionação a indivíduos com boa habilitação científica e adequada às diferentes disciplinas. Tal fica-se a dever a ser de opinião que mais vale um aluno, p.e., do 7º ano, ter aulas com um licenciado em Física, mas sem a aludida formação pedagógica, do que passar meses e meses “a ver navios”. Mais tarde haverá certamente possibilidade de lhes ministrar a tal formação. Aliás, existem ainda no ensino imensos docentes cujo percurso profissional assim foi. Eu sou um desses casos e conheço inúmeros outros.

A recente abertura do ME à possibilidade de doutorados, investigadores e professores aposentados pode resolver casuisticamente esta ou aquela situação. No entanto, a questão de fundo não será resolvida, uma vez não estar a ver, p.e., um professor aposentado voltar à escola, sabendo que a maioria estão muito cansados e o que irão receber poderá ser quase todo absorvido pelo IRS.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:42

Maio 18 2021

O ensino, como é do conhecimento geral, é absolutamente necessário para o desenvolvimento do país, bem como para a alavancagem social dos jovens. Por isso, deve maximamente eficaz. Ora, para atingir tal desiderato deve ser o menos burocratizado possível, uma vez que, somente deste modo, as energias serão canalizadas para a instrução e respectivas aprendizagens.

Todavia, não é isso que vemos diariamente nas escolas. Os docentes são atulhados de papéis e mais papéis, grelhas e mapas em formato digital, etc., etc., a maioria dos quais completamente desnecessários, servindo apenas para parecer relevante a presença de determinados burocratas que se (des)ocupam daqueles.

Por exemplo, a Avaliação de Desempenho Docente (ADD) é um caso paradigmático. Para além da existência de normas travão, da exigência de formações atrás de formações, muitas delas ministradas das 18h30 às 21H30 – depois querem que os docentes ainda preparem aulas? -, isto para não falar da ausência da mínima razão para alguma vez terem visto a luz do dia, a não ser pagar e bem a meia-dúzia de apaniguados, ditos formadores, há o caso das aulas assistidas.

Por amizade, tenho ajudado colegas nesta última situação. Após a preparação das ditas aulas, divulgação e ministração, pergunto sempre qual o feedback do colega assistente, o qual vem obrigatoriamente de outra escola. A resposta é invariavelmente a mesma: “É pá não diz nada. Entra mudo e sai calado, sem proferir uma palavra amiga ou desamiga, sem um comentário abonatório ou desfavorável”. Desculpem o termo: ora porra, para que servem, então, estas aulas? Para fazer figura de corpo presente e no final dar uma classificação. Se é para isto, gravem-se as aulas – depois de devidamente autorizados pelos EE – e após a visualização classifique-se. Poupava-se tempo e dinheiro.

publicado por Hernani de J. Pereira às 09:34

Março 23 2020

Eis que está a chegar o que alguns pretensos gurus já prediziam e outros ansiavam: a dispensa física dos professores no sistema de ensino e aprendizagem. Hoje, tal como referi em crónica anterior, alguém veio proclamar de que após esta quarentena, a qual, na melhor das hipóteses, durará pelo menos três meses, tudo ou quase tudo será diferente, incluindo, como é óbvio, o ensino.

Como se tem visto, não existe docente, desde o pré-escolar (!!!) até ao secundário, neste rectângulo à beira-mar plantado que não tente - a isso são obrigados pelas mais diversas “tutelas” - usar uma ou mais ferramentas de comunicação visual à distância. Ora, a utilização de tais instrumentos, os quais dão uma falsa ideia de que os discentes continuam em aulas, dá também ao país uma falsa noção de que é possível ensinar sem a presença física do docente. Aliás, ainda hoje, na Rádio Renascença, pelas 08h25, uma das locutoras ufanamente dizia que o filho estava a concluir o pequeno-almoço, pois daí a pouco ia ter aula de Matemática.

Não escrevo por motivo do meu emprego, pois estou numa fase em que mais ano, menos ano estarei reformado. Falo pela ausência de humanização e sobretudo pela possibilidade de excessiva robotização da vida, começando pelo ensino, princípio básico da nossa existência.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:06

Janeiro 26 2020

Na vida de um docente, ao contrário de que muita gente pensa, há momentos em que por muito que queira não consegue progredir na carreira, independentemente de ser muito bom ou excelente. É o caso de acesso ao quinto e sétimo escalão, uma vez estarem sujeitos a quotas. Explicitando: poderão haver, por exemplo, 30 docentes excelentes nos aludidos escalões, mas se o percentil apenas permitir que passem ao seguinte 20, os restantes ficarão a marcar passo.

Se até aqui tal emana da lei, outra coisa totalmente diferente são os critérios que cada escola estabelece para, nestes casos, se progredir ao escalão seguinte. Hoje, chegou-me ao conhecimento que uma escola estabeleceu como prioridade de desempate o docente pertencer ou não aos quadros.

Ora, tal quer dizer que um docente destacado, cujo desempenho é excelente e, por isso, com uma avaliação superior, numa escala de 0 a 100 %, fica postergado em relação a outro colega com valor mais baixo desde que este pertença aos quadros da escola/agrupamento.

Não tenho a menor dúvida que esta tomada de posição é ilegal, tal como em tempos foi considerado ilegítimo o facto de um indivíduo a um lugar público ver diminuído o seu valor só porque não residia no concelho para o qual se tinha apresentado.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:14

Novembro 21 2019

A sério. Quase me passo como a demagogia e o aproveitamento político que os nossos políticos, tanto de esquerda como de direita, diariamente fazem, atirando-nos areia para os olhos ou se não o fazem é porque acham que somos autênticos ceguinhos.

Hoje deparamo-nos com uma utilização inaceitável por parte de André Ventura, do Chega!, relativamente às mais que justas reivindicações das forças de segurança. Até subida ao palanque, com direito a discurso e corredor de protecção teve.

O desplante, porém, não fica por aqui: também o BE solicitou a contagem, até 2026, de todo o tempo de serviço dos professores que não foi contado.

Ora, relativamente a esta última questão bem sabemos que tanto o BE como o PCP foram, sem margem para dúvidas, coniventes com a (má) prática política de António Costa. Já escrevi, e muitos outros também o fizeram, que durante a última legislatura se quisessem que a luta dos docentes tivesse bom fim bastava não terem aprovado os orçamentos de Estado. Será que agora terão “tomates” para impor tal medida? É evidente que não. De imediato o governo demitia-se e vitimizando-se provocava novas eleições onde aqueles seriam fortemente penalizados.

Portanto, vamos ser sérios e deixar de brincar a reivindicações balofas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:28

Novembro 12 2019

Devo ter uma costela estranha, já que me sinto um tanto e quanto diferente daqueles e daquelas, muito mais estas, como é óbvio, que diariamente me acompanham na árdua tarefa de ensinar. Ouço amiúde que não têm tempo para filhos, para passear, para ir ao cinema ou simplesmente para ver televisão. Depois de dar aulas apenas lhes sobram momentos para preparar novas aulas e testes, corrigir estes, preencher mil e umas grelhas, entre múltiplas outras tarefas. Aliás, quem estiver mesmo atento ficará convicto que nem dormem.

O que é certo é que quando estão em sala de alunos, de tarefas, de apoio, de disciplina, só para citar alguns dos locais onde preenchem a componente não lectiva a nível de estabelecimento, não fazem outra coisa que não seja corrigir testes e preparar novas aulas. Não o(a)s vejo perguntar o que quer que seja e/ou levantar o rabo da cadeira para atender um aluno que necessita de algo.

Mundo de hipocrisia. Se o fazem na escola não fazem em casa.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:10

Setembro 02 2019

O que era bom acabou. Mais um ano lectivo se iniciou. Reuniões atrás de reuniões, preparação e aprestação de dossiers, ouvir este e aquele, atender novos paradigmas, blá, blá e blá. É o pão nosso de cada recomeço e não vale a pena dizer mais, pois caso contrário é como chover no molhado. Só para quem passa por elas é que sabe.

Vestir a camisola da casa, enfrentar os dias dos próximos onze meses de sorriso na cara e prestar o melhor serviço possível são propósitos que ficam bem a cada um. Sentir orgulho de uma vasta equipa profissional e dedicada é algo que conta e muito para o sucesso. Como costumo dizer são palavras bonitas e ficam bem a quem as profere. Todavia, contrariando o que o nosso primeiro-ministro disse outro dia, o trabalho docente não é uma missão. Senão houverem as condições físicas, financeiras e sociais minimamente aceitáveis só excepcionalmente se alcançará o que anteriormente descrevi.

Por isso, BOM ANO LECTIVO para todos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:47

Julho 10 2019

Só Deus sabe o que se sofreu – então, eu, particularmente nem se fale – por causa da avaliação de desempenho docente, vulgo ADD. Em tempos que já lá vão, tudo se contestava, tudo era negativo, e o sol jamais brilharia com tal medida. As pessoas mal esclarecidas e, sobretudo, acicatadas pelos sindicatos tudo deturpavam. Pura e simplesmente, não queriam e não aceitavam sequer a mínima discussão. Pouco importava que pessoas houvesse que tinham de obedecer a ordens superiores. Sim, bem sei que outros, hoje-em-dia muito bem posicionados, nada ligaram a isso. Nunca foi e jamais será a minha ideia de serviço público. A não ser que seja algo que fortemente se interponha entre o dever de lealdade e os meus valores éticos/morais, nunca vacilarei sobre o caminho a seguir, mesmo que isso me crie uma auréola de impopularidade. Aliás, foi o que aconteceu.

Deixemos, porém, a luta de 2007 e 2008. É algo que já lá vai e como o nosso povo costuma dizer “águas passadas não movem moinhos”. Importa o dia de hoje. E actualmente a maioria dos docentes está, nesta altura, a ser avaliada e, de certo modo, pelos mesmos parâmetros e tendo por base a incidência em idênticos percentis.

Assim, é engraçado - ou, melhor, até nem tem graça nenhuma – verificar a passividade em como que se aceita a avaliação docente. Mais: quotidianamente todos se submetem e não se verifica qualquer relutância em aceitar o resultado final. Eu que o diga como avaliador.

Passados dez/onze anos a mansidão é total, o que me leva a perguntar: para quê tantos vitupérios, tanta maledicência, tanto enforcamento em praça pública, tanto azedume e grito de revolta? Afinal, soçobraram uma vez que a razão não os assistia. Poderão dizer que a idade os alquebrou. Todavia, a verdade é que não quiseram ouvir, naquela altura, a voz da razão. O canto das sereias falou mais alto. Infelizmente.

publicado por Hernani de J. Pereira às 15:40

Abril 23 2019

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A capa de hoje do CM é simplesmente vergonhosa. É um autêntico despautério, para não dizer que é também uma infâmia ao bom nome dos professores. Propalar apenas o salário bruto, o qual, ainda por cima, é irreal, sem ter em linha de conta os respectivos descontos, é ignomioso.

Estou no 10º e último escalão e o que trago para casa ronda os 1900 euros. E como é lógico posso prová-lo a qualquer momento.

Uma coisa é certa: o governo sabe muito bem como levar a água ao seu moinho. Os fins justificam todos os meios. Obscena a sua atitude.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:22

Março 21 2019

Toda a vida me regi pela fórmula de que se proceder assim ou assado, deste ou de outro modo, então, sem margem para dúvidas, tenho obrigatoriamente de assumir a respectiva responsabilidade e, sobretudo, não me queixar, uma vez a culpa ser totalmente minha. Com toda a certeza teria várias opções e se não segui a melhor ou a mais correcta o problema foi e é meu.

Agora, quando se passa precisamente o contrário, i.e., quando me deparo com actos que não me podem ser assacados, ou quaisquer comprometimentos e/ou encargos me podem ser exprobrados, pergunto indignadamente: a que propósito tenho que sofrer pelas atitudes dos outros, por muito que os mesmos sejam totalmente legítimos, éticos e morais?

Sim, bem sei, que, dito desta forma, é uma matéria problemática e muito questionável. Porém, acompanhem o meu raciocínio. Hoje, por exemplo, registou-se greve dos funcionários auxiliares das escolas - algo que posso testemunhar como extremamente legítimo - e que na maioria, incluindo a minha, originou o consequente encerramento. Até aqui tudo bem. Nada a apontar.

Todavia, enquanto que para a maioria dos docentes esta greve não trouxe quaisquer consequências, sendo um dia sem ministração de aulas, outros existem, como sejam aqueles que leccionam os cursos profissionais – é o meu caso, como já compreenderam -, que, para além de terem estado na escola, tal como todos os seus colegas, terão, até ao final do ano, de dar estas aulas em falta. A legislação diz textualmente que «a estes alunos só será reconhecido o curso se lhes tiverem sido dadas todas as aulas constantes do “cardápio”». Isto independentemente de motivo: doença do próprio e/ou de familiares, greve (dele ou dos funcionários), ou mesmo de catástrofes.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:53

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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