O meu ponto de vista

Dezembro 09 2020

O quê? O Estado, para além dos despedimentos, com os quais, infelizmente tenho de concordar, pois não podem ser tratados diferentemente de qualquer outro sector económico, vai injectar 3 200 milhões de euros na TAP? E ninguém diz nada? Onde está o PCP e o BE?

Já em 2018 e 2019, estranhamente, a transportadora nacional registou prejuízos na ordem dos 200 milhões. Isto apesar do enormíssimo boom de transporte de passageiros, por causa do aumento do turismo e não só. E o que fez o governo? Assobiou para o lado. Quando não o fez acusou os privados de tal e, numa sanha nacionalizante, assumiu a quase totalidade do capital da companhia.

Agora, em tempo de vacas magras, pagamos todos, como é timbre dos socialistas.

É, sem sombra para dúvidas, um “Novo Banco”. Só que agora branqueado à esquerda.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:29

Janeiro 19 2020

É o individualismo a vigorar. Não digo na sua máxima exponência, uma vez acreditar que vá aumentar durante, pelo menos, os próximos dez/vinte anos, mas que está quase nos píncaros não deixa de ser verdade. Tal sintoma, já de si mau, torna-se, no momento actual, algo péssimo, pois proporciona a desnutrição de qualquer malha de solidariedade.

No concreto, a maioria acha-se – o achismo está na moda, pois não há gato pingado que não ache isto e aquilo sobre tudo e sobre todos – plenamente capaz de alcançar a Lua, senão mesmo o Sol. As pessoas situam-se num optimismo superexagerado, em que cogitam que apenas devem sujeitar-se a si próprios. A dependência familiar apenas se efectiva, de vez em quando, e quanto muito em termos financeiros. Então, no concerne a Deus nem é bom falar, uma vez raciocinarem que não necessitam do Divino para nada. Mesmo no aspecto da amizade, por muito que hoje tal conceito esteja arredado do corre-corre dos nossos dias, manda a verdade dizer que conhecemos cada vez mais pessoas, mas, em contraste, contamos cada vez com menos amigos.

Nunca como hoje, as pessoas se sentem como flores de nenúfar, autênticos cristais da Boémia, já que, por tudo e por nada, por dá cá esta palha, se melindram e enxofram. Consequentemente, viram costas e nada mais querem saber. Pensam que são únicos e se auto bastam, ponderando que o dinheiro tudo resolve na vida.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:53

Dezembro 12 2019

Existe alguma, para não dizer muita, alucinação da parte do governo, das forças políticas à sua esquerda, bem como da maioria dos meios de comunicação social, ao deslumbrarem-se com a promessa de reforço, para o próximo ano, de 800 milhões de euros para a Saúde. Das duas três: não sabem fazer contas, contentam-se com o que lhes é dito e/ou não possuem gabarito – diria mais que é ausência de coragem - para efectuar as perguntas que se impõem.

Então, quando se sabe que o SNS deve, nos dias de hoje, cerca de 947 milhões aos seus forncedores, como é que se poderá manifestar contentamento? Se não chega sequer para pagar as dívidas há muito vencidas, como se poderá, como o fez a ministra da Saúde, prometer a contratação de milhares de técnicos de saúde e investir em infraestruturas com aquele dinheiro?

Em resumo: a saúde em Portugal irá continuar um caos. Como se sabe, não se podem fazer morcelas sem sangue. Ou se pagam dívidas aos fornecedores ou se contratam novas pessoas e se fazem obras. Com o mesmo dinheiro fazer tudo é milagre.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:29

Junho 28 2019

Pela aparência foi sol de pouca dura. Desde há muito que não se via por estes lados. De um momento para o outro segmentou-se, para a seguir entrar no silêncio e no terceiro dia fazer de arco-íris, ainda por cima numa altura em que este fenómeno raramente ou nunca surge. É caso para dizer que foi um ar que lhe deu. Espero, sinceramente, que não tenha sido o último estertor. Longe vá o agoiro. Lagarto, lagarto … nem de propósito.

Esta coisa de escrever diariamente ou quase é, na maior parte das vezes, extremamente extenuante, tanto mais que o ganho, pelo menos monetariamente, é menos que zero. A sério, amiúde, perante uma folha em branco e autoconvencer-se que terá de se escrever algo é um exercício de puro masoquismo.

Imensas pessoas indagam como é possível escrever diariamente. Como se obtêm os assuntos, as ideias e o modo de redacção, sem que se almeje qualquer usufruto financeiro? O prazer da escrita, o deixar um legado, por muito ténue que seja, são, entre outros motivos, os aditivos que implementam este caminho.

Tenho alguma apetência para este fim? A maioria dos leitores dizem-me que sim. Contudo, lamento verdadeiramente observar tant@s outr@s, com talento devidamente reconhecido, muit@s del@s bem superior ao meu, que à primeira dificuldade e/ou constrangimentos desistem. A justificação é que para tudo há um princípio e um fim. Bem, aqui só para nós, sei de argumentos bem melhores.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:29

Dezembro 17 2018

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Costumo dizer, e já não é a primeira vez que aqui o registo, que existem três coisas que unem os portugueses. Estejam descansados que não é Fátima, futebol e fado. A ordem dos factores é, neste campo, arbitrária e algo desusado. O que actualmente nos une são três queixas: falta de dinheiro, excesso de trabalho, bem como ausência de tempo (para isto e/ou para aquilo).

Independentemente da condição social, não existe ninguém que não se queixe destes itens. E dai daquele que primeiramente se lamente, pois leva com os “gemidos” de todos à sua volta e, sobretudo, de toda a ordem. Uns com razão, outros, contudo, perfeitamente falaciosos, para não dizer de tendência completamente hipócrita.

Se uma pessoa trabalha para além do que está estritamente obrigado pela sua profissão é ganancioso, quando não dizem que é maluquinho disto ou daquilo. Se, pelo contrário, passa umas horas por dia no café, vai frequentemente ao restaurante ou passeia por aqui ou por acolá, não passa de um malandro ou apenas gosta de “boa-vai-ela.”

Argumentar que, apesar da idade – autonomamente ainda me considero um jovem pré-senioridade -, ter objectivos é perfeitamente viável e, sobretudo, saudável, para muitos é risível.

Tais considerações fazem-me sempre lembrar história do velho, do rapaz e do burro, a qual até aqui contava, não fosse o politicamente correcto do PAN …

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:06

Janeiro 03 2018

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Esta é a 10ª obra de arte mais cara do mundo.

Sem título, de Cy Twombly e datada de 2005, foi vendida por 38,4 milhões de euros, pela Christie’s, em Novembro p.p., em Nova Iorque

É caso para dizer que os deuses devem estar loucos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:09

Novembro 29 2017

Através de uma leitura rápida da proposta de Orçamento de Estado para o próximo ano, observamos que este é o governo que mais irá gastar em viagens e estadias, ou seja, “qualquer” coisa para cima dos 98 milhões de euros. Somente esta rúbrica é de nos deixar os cabelos em pé – depois dizem que o dinheiro não chega para tudo. Contudo, o mais grave é, como dizia hoje um cartoon de Henrique Monteiro no “Sapo”, que tal farta verba sirva para ida e volta. É que se fosse só ida … ainda se tolerava.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:54

Julho 23 2017

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Costumo dizer que o dinheiro é lixado. Não há como contornar: o dinheiro tem uma importância fundamental na nossa vida e na sociedade em que vivemos. Mas, como todos bem sabemos, a árvore das patacas não existe e as moedas e notas não são elásticas.

É com dinheiro que pagamos as necessidades básicas do nosso dia-a-dia. A casa, o carro, os estudos, o supermercado e tantos outros itens indispensáveis. E também é com ele que concretizamos alguns dos nossos sonhos. Para a maioria das pessoas, a única forma de obter maior poder de compra é através da poupança e de decisões de investimento inteligentes que colocam o dinheiro a “trabalhar para nós”.

Todavia, pessoas existem que para materializar minimamente os seus objectivos mais imediatos necessitam da ajuda de outros. Ora, sabendo-se de antemão que não existem almoços grátis, tal obriga a posturas diferentes.

Não compreender isto é meio caminho andado para o insucesso. Os sonhos conquistam-se e se assim for não existirão impossíveis.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:26

Maio 19 2017

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O mundo fica para trás. A vida de todos os dias é colocada em suspenso. As coisas que parecem urgentes perdem, subitamente, toda a importância … E, então, pensamos que desvendamos o tempo. O tempo e o espaço para relaxar é para (re)descobrir aquilo que pensamos que é realmente importante: nós próprios, os nossos prazeres, emoções, sonhos, enfim, o hedonismo na sua forma exponencial mais elevada.

Tempo e espaço para sentir, celebrar e (re)começar de novo. Sempre. Para a eternidade. Para isso é que existe o dinheiro. E se este for extremamente fácil é ouro sobre azul. Um mistério que se desprende de tudo e que almejamos que nos seja revelado.

Vieram-me à memória estas palavras a propósito de uma notícia relatando que Dave e Angela Dawes, 53 e 49 anos, respetivamente, de Wisbech, Cambridgeshire, ganharam o Euromilhões em 2011 num valor que chegou aos 117,5 milhões de euros. Terão pensado que nunca mais precisavam de se preocupar com dinheiro e o mesmo pensou o filho, Michael Dawes, e a companheira, que largaram os empregos e, ao longo de dois anos, gastaram 1,8 milhões de euros que o pai lhe foi dando.

Quando Dave Dawes recusou ao filho mais dinheiro, este decidiu ir para tribunal. Só que o juiz não se deixou convencer pelos seus argumentos e chamou-o de "filho profano".

Verdade seja dita que existem muitos «Michael» por este mundo fora. Não à espera de milhões, já que são poucos os progenitores que os têm, mas sempre à cata de algum, apesar de pouco ou nada quererem saber destes.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:44

Dezembro 07 2016

Todos já ouvimos dizer que o dinheiro não é tudo na vida, que não traz felicidade … mas que ajuda muito, que mais vale ser pobre e honrado que … entre tantas outras pérolas de prosa. Bem, estudos feitos junto de gerações mais novas, designadas por millennials, vem, de certo modo, confirmar aqueles ditados.

Então, de acordo com o aludido estudo, coordenado por Geoffrey James, muito mais importante que o dinheiro vem, à cabeça, a ambição de terem orgulho em si próprios, ou mais concretamente, pertencerem a uma família e organização que releva os seus modos de ser e estar. O segundo factor prende-se com a pretensão de serem tratados com justiça. «As pessoas na casa dos trinta anos detestam favoritismo e esperam sempre equidade e bom senso para quem trabalha e se dedica arduamente à família, detestando, por outro lado, os “engraxadores”». O terceiro prende-se com admiração que dizem querer ter relativamente à família no seu todo, bem como a quem os dirige profissional, social e politicamente. Depois surge a pretensão de quererem sentir que a sua opinião é ouvida e tida em linha de conta. Isto no que concerne a todos os aspectos da vida quotidiana. Em quinto, aparece o desejo de poderem conciliar a carreira e a vida familiar. «Com isto não querem afirmar não estarem dispostos a vestir a camisola da instituição 24 sobre 24 horas, mas é determinante que sintam, de forma vincada, pertencer a algo que lhes reconhece o direito e a necessidade de terem uma vida com qualidade para além do trabalho».

Resumindo, apreciam especialmente a partilha de conhecimentos, esperando, quase diria ansiosamente, encontrar alguém que os ajude a evoluir, tanto no sentido familiar como profissional, isto para além de gostarem de trabalhar sobre elevados níveis de stress.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:01

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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