De tempos a tempos algo acontece que até parece que todo o mundo depende de nós ou, então, desaba sobre as nossas cabeças. Os afazeres são tantos, originando um ritmo tão avassalador que, à mais pequena faísca, há um desencadear de “incêndios” de proporções dantescas. A paciência esgota-se e os amigos e familiares largam-nos, e com razão, de mão. Culpa de quem? Não sabemos, mas temos raiva a quem sabe.
Não admira, por isso, que nos últimos dias tenha sido involuntariamente bombardeado por uma temática preocupante, i.e., os riscos psicossociais relacionados com o trabalho (intra e extra profissão). O caso não novo, os números é que teimam em crescer e as consequências a tornarem-se cada vez mais irreparáveis.
E quando a mente adoece o corpo é que o paga, com a nítida sensação de perda de produtividade, bem como do correspondente potencial de competitividade. Com o agravante de tal fenómeno surtir como o efeito de uma autêntica bola de neve.
É como se, na prática, todo o trabalho a modos que fosse transferido apenas por uma via sem vasos comunicantes, resultando, sem nos apercebermos, de um enorme stress e um desgaste cumulativo antes, durante e depois de longos dias de trabalho. Assim, não nos admira que Portugal tenha uma das mais elevadas taxas de absentismo por doença e stress laboral, sendo responsável por mais de um terço de todos os novos casos de problemas de saúde.