O governo, no uso dos seus poderes, decretou a requisição civil do pessoal da TAP, a qual só pecou por tardia. Como é evidente, menos para aqueles que têm como lema quanto pior melhor, fazendo política do género “terra queimada”, a greve marcada para os dias 27 a 30, tem tudo menos reivindicações laborais.
A privatização da TAP constava do programa do governo, sufragado pela maioria dos portugueses e, nessa ordem de ideias, não pode ser o querer de uns poucos a colocar em causa o decidido superiormente. No fundo, a luta encetada não passa de pôr a conveniência de meia dúzia à frente do interesse geral.
Todos sabemos que, para os trabalhadores das empresas públicas, há um interesse substancial em continuar a usufruir de tal estatuto. Solicita-se e obtêm-se todos os benefícios. Resultado: um permanente e acentuado défice, o qual sabem que os restantes portugueses, mesmo aqueles que jamais usufruem de tais serviços, pagarão. Nem que seja com língua de palmo, mas pagarão.
Por exemplo, anteontem houve greve do Metro; ontem da CP, na próxima semana está marcada a da TAP e, para Janeiro, já está convocada uma para os STCP. Tudo no âmbito de empresas públicas dos transportes. Querem fazer crer que tudo isto são meras coincidências? Não! Isto é, sim, concertação sindical pura e dura, fruto da correia ideológica que lhes está na génese.