
Nada destrói tanto a reputação e a credibilidade de alguém como apregoar ser moralmente superior, eticamente inatacável e depois, na prática, fazer ainda pior que aqueles que acusa de não serem da sua família, a tal pura e mui digna. Estão neste campo as pessoas de esquerda, as quais se arvoram de serem os únicos detentores da solidariedade e fraternidade, bem como os eclesiásticos, sendo que estes apregoam diariamente a “verdade” e um constante amor ao próximo.
É, pois, por se “armarem” em ímpares paladinos do bem comum que o povo não lhes perdoa os deslizes, hoje-em-dia, no dizer dos mesmos, coisas corriqueiras, tais como a corrupção, os atropelos à lei, o compadrio, o olhar em primeiro lugar para o umbigo e para a família, quais “capos”, entre tantos outros defeitos. Se um capitalista viaja num carro topo de gama, veste as melhores marcas do mercado, frequenta os hotéis de sete estrelas, o povo não gosta, despreza, mas não se admira de tais atitudes. Agora, um homem de esquerda ou um padre – escuso de apontar nomes, caso contrário seriam necessárias várias páginas – ter os mesmos usos e costumes é que não há perdão.
Daí, os populismos emergentes um pouco por todo o mundo. Desde alguns países do leste europeu, passando pela Áustria, Itália, USA, sem falar no Brasil, eles pululam como pulgas em cão sarnento. Não porque o povo prefira políticos de direita, a maior parte machistas, xenófobos, racistas e ultraconservadores, mas sim porque durante décadas foram governados por elementos de esquerda que lhes prometerem cuidar deles e dos seus em termos económicos e de segurança, e mais não fizerem de que mentir e, acima de tudo, roubar.