Fazia parte do sistema de abastecimento de água a pomares e hortas, no prolongamento de quintas que em tempos existiram por aquelas bandas. Por ali também existiu uma pequena estrutura de moagem, assegurada por moinho de água. Hoje, é um dos locais com maior potencial e mais pitoresco, revelando enorme potencial e crescente procura, graças à multiplicidade de acessos e equipamentos de importância maior.
Por entre a multiplicidade de canais, eis que surge a preocupação de base presente desde o início da edificação. A casa apalaçada, inserida e realçando a presença nobre da água, acentuou a linguagem naturalista, de modo a garantir a tranquilidade zen que tanto se deseja quando se está em casa. O privilégio do uso de materiais nobres como a pedra natural bujardada e a ardósia negra realça a incorporação de sentimentos e vivências de um equilíbrio salutar.
Neste início de Outono, em que as noites frias convidam a outros ambientes, reacendeu-se, mais uma vez, a lareira, prática que anualmente, por esta época se repete. Pessoas cosmopolitas como eles, sem compromissos, longe do bulício citadino, eis que, depois de um belo jantar, enquanto apreciavam um bom cognac Hennessy e ouviam o crepitar da madeira a arder, acompanhado pela música de Cristopher Cross, em The Best That You Can Do, a racionalização deixou de fazer sentido, e até à cedência das emoções foi um instante. Os corpos uniram-se, a roupa tornou-se um empecilho e os dois, na sua amplitude, fizeram usufruto do espaço e de um tempo infindável.
A ânsia era tanta e a resposta ao desejo há muito reprimido foi tal que da noite fizeram dia, imergindo um no outro, como se procurassem algo impulsionado por um sentimento autêntico, impelindo o êxtase para patamares jamais alcançados. As “voltas da vida” fizeram o milagre da multiplicação de tendências e já era noite alta quando a cedência deu lugar ao sono.