O Ministério da Educação (ME) deu, quase abruptamente, por findas as negociações com os sindicatos sobre o novo modelo de recrutamento de docentes, vulgo concursos, e já se conhece a nova legislação que, um dia destes, há-de ser publicada em Diário da República.
Para além de todos os atropelos, ressalte-se a abertura de milhares de vagas para que os contratados possam passar ao quadro das escolas, as quais, como tem sido amplamente divulgado, não satisfazem nem a metade das pretensões e geram injustiças de toda a ordem.
Porém, o mais crítico é ter-se conhecimento de que essas vagas dariam imenso jeito a professores já efectivos que, como todos sabemos, alguns – não tão poucos como isso - ainda se encontram longe dos seus agregados familiares, sendo obrigados a percorrer diariamente centenas de quilómetros, e que se vêm ultrapassados por colegas muito mais novos e com menor graduação.
Sabemos que os sindicatos estiveram sempre muito longe de acautelarem estes casos, já que a sua base de apoio, segundo eles, se encontra nos mais novos e, sobretudo, nos contratados. Aceito a justificação e até a compreendo, uma vez partir do princípio que aqueles devem defender primeiramente quem os sustenta. Todavia, não deixa de ser um erro e uma enorme injustiça. No final acabarão por perder os actuais contratados e jamais reganharão os mais velhos.
E seria tão fácil seguir as pisadas correctas: as vagas abriam e todos poderiam concorrer, sendo que a primeira prioridade deveria caber aos actuais docentes do quadro, seguido dos QZP e por fim os contratados. No fundo o número de lugares para os contratados seria igual, uma vez que estes ao deixarem o seu actual lugar abriam automaticamente um outro.
Por fim, a Fenprof vai auscultar os docentes para observar da viabilidade de encetar formas de luta mais graves, incluindo a greve. Bah, não passa de tiros de pólvora seca. Ai se fosse noutros tempos não muito distantes!