O meu ponto de vista

Novembro 03 2020

Todos, sem excepção, em cada instante temos uma posição mais ou menos conhecida, mas de modo algum rigorosa. Sim, uma vez a nossa posição – falo do carácter e da ética - não poder ser medida em centímetros, nem decímetros ou até nem em metros.

É verdade que, e ainda bem, não dispomos uma tecnologia de vanguarda que actualize constantemente os dados relacionados com as “infra-estruturas” humanas que nos rodeiam. Por isso falhamos tantas vezes? Sim e ainda bem. Navegamos à vista e ninguém possui GPS que nos possa guiar, de forma óptima, por esta ou outra via.

Avançamos e recuamos constantemente. Mente quem diz que sempre seguiu o mesmo caminho. Fazemos ziguezagues constantes e muitas das vezes damos um passo è frente para a seguir dar dois passos atrás.

Por outro lado, aquele que diz ter sido sempre coerente ou é santo ou não viveu. Mentir e/ou ser incoerente todos fazemos. O que nos distingue é o grau e mesmo este é relativo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:17

Março 05 2019

Já foi mais, mas ainda é terreno fértil para o surgimento de “quintas” e “quintais” nas mais diversas organizações políticas, sociais e profissionais, desfocando-as do seu objectivo primordial, i.e., acrescentar valor sustentável em detrimento dos interesses instalados e da sua miopia táctica.

Nas circunstâncias actuais, este estado de coisas acentua o definhamento e a entropia, ao minar a confiança mútua e, consequentemente, a criatividade requerida por um contexto em que o business se tornou unusual, exigindo soluções mais abrangentes e participadas.

A procura de um interesse comum, por princípio, deve obrigar todas as equipas de dirigentes a ter uma postura consensual em termos de alinhamento de esforços e recursos. Alinhamento primordial, sem a tendência de eleger culpados, sem entrar no jogo-do-empurra.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:04

Novembro 10 2014

Cada vez gosto mais de me socorrer de provérbios, uma vez que os mesmos encerram uma sabedoria milenar e, por conseguinte, serem apanágio de uma ligação muito forte ao que quotidianamente observamos.

Por exemplo, António Costa e seus apoiantes não se cansam de dizer que a carga fiscal é extremamente elevada – não deixam de ter razão – e, por isso, é preciso baixar os impostos, tanto mais que isso faria com que os portugueses tivessem, no final do mês, mais dinheiro na carteira o que, consequentemente, faria com que gastassem mais, gerando, deste modo, uma nova dinâmica na nossa economia.

A ideia não é de todo estapafúrdia, bem pelo contrário, apesar de não ser original. Todavia aquilo que apregoa para o país não aplica no concelho que governa, uma vez que o orçamento da CM de Lisboa, hoje apresentado, pressupõe aumento de taxas num montante superior a 60 milhões de euros, o que fará que em 2015 os lisboetas ficarão com menos dinheiro no bolso.

Já gora, a lei determina que os orçamentos camarários tenham de ser divulgados até ao final de Outubro do ano anterior a que respeitam, pelo que, mais uma vez, se registou um incumprimento. Também aqui se pode aplicar o ditado “vêem melhor o argueiro nos olhos dos outros que trancas nos seus”.

Concluindo, podemos, desde já, antecipar o que nos acontecerá se António Costa eventualmente for o próximo primeiro-ministro. Por outro lado podemos também referir que este político é adepto daquele adágio “bem prega Frei Tomás …”

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:30

Abril 03 2014

Com toda a franqueza, digo-vos que, amiúde, me sinto mal neste rectângulo à beira-mar plantado. A falta de coerência e de ética, principalmente na nossa classe política é desesperante. Mas desengane-se quem pense que é apenas nas designadas elites governativas ou em outras pessoas com menor ou maior peso político que tal acontece. Não, no povo, mais ou menos anónimo, entre as classes profissionais ditas mais dignas, entre os estratos sociais (pequeno/médio) burgueses, também tal estado de atitudes e valores está instalado.

O que hoje é assim, manhã é assado. O que ontem era uma verdade indesmentível, jurada a pés juntos, hoje é mentira. Os que estão “em cima “ são uns malandros, uns gatunos, que apenas sabem governar-se à nossa custa. Nós, bem pelo contrário, somos o exemplo vivo da seriedade, da pontualidade e assiduidade, mesmo que chegamos atrasados quase diariamente e, pior ainda, acharmos que é uma enorme injustiça a marcação da respectiva falta quando a ausência, por vezes, ultrapassa uma hora. Somos um modelo de competência, de um desempenho denodado e, até imaculado, que nos impede de ver televisão, de ler, de ir ao cinema, de ter fins-de-semana, etc., etc., apesar de vez em quando nos escapar a boca para a verdade e lá afirmarmos que “seguimos” esta e aquela telenovela, que vimos o filme X, Y e Z, que vamos diariamente ao ginásio ou à dança, que passamos dois ou três dias neste ou naquele local, entre muitos outros lazeres.

Mas voltando aos políticos, pergunto o que move, por exemplo, Bagão Félix? Infeliz ministro das Finanças de um (des)governo presidido por Santana Lopes, nada de assinalável fez. Lembram-se de uma única medida por ele implementada? Nada, zero, nicles! A não ser aumentar desmesuradamente o défice e, por conseguinte, a dívida, no qual teve exímios seguidores – a dupla José Sócrates e Teixeira dos Santos – nada mais recordamos dele. Governo que Jorge Sampaio teve que demitir, tal era a sua inépcia, e que depois deu origem a uma maioria de má memória.

Hoje, excelentemente bem reformado, Bagão Félix é, pelo menos aparentemente, um homem amargurado. Primeiro, porque ninguém fala do seu legado – não se pode falar do inexistente, acrescento eu. Por outro lado, sente uma enorme frustração já que, mensalmente, lhe vão ao bolso retirar umas míseras migalhas da sua choruda pensão. É caso para dizer: lágrimas de crocodilo leva-as o vento.

No entanto, se chorasse sozinho, ainda vá que não vá. Mas aliar-se a indivíduos como João Cravinho, conotado com o sector mais esquerdista do PS, com quem elaborou o Manifesto dos 70, com vista à reestruturação da dívida ou, dito por outras palavras, a solicitação do perdão do que devemos, não lembra ao diabo. E depois dar a subscrever o dito documento a tantas outras personalidades – algumas, entretanto, já fizeram marcha-atrás -, entre as quais Manuel Carvalho da Silva, ex-dirigente máximo da CGTP e comunista confesso! Alguém, a não ser num acto de desespero, se lembraria de algo semelhante?

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:25

Julho 12 2011

Se prazeres tenho na vida, há dois que se destacam de forma indelével: a leitura e a escrita. Como é evidente leio mais do que escrevo, apesar de ler, cada vez mais, textos que de escrita só têm o nome. Tendo consciência de que, infelizmente, é o que mais abunda, haja esperanças que um dia …

Como qualquer outro que deixa a sua matriz no papel ou no “ecrã” do computador, desejo que a marca, a pisada indissipável, para além de ficar para sempre registada, contenha utilidade concreta, através de uma funcionalidade distinta, mas sem jamais olvidar a estética e a arquitectura que a palavra deve conter.

Por isso, é constante, apesar de nem sempre o conseguir, a pretensão de desedificar o designado establishment, não receando, de modo algum, romper com o politicamente correcto. Com toda a sinceridade, (re)afirmo que aprecio deveras construir um texto virado do avesso.

Não prescindindo de resguardar invariavelmente a privacidade das fontes ou o carácter mais intimista deste vosso escriba, procuro, porém, oferecer pontos particulares da minha visão, a qual, conforme já, por diversas vezes, referi, não tem pretensão de ser independente, tanto mais que não acredito na existência destes.

Alocando-me, sempre que possível, aos acontecimentos que preocupam a maioria daqueles que se dá ao trabalho de diariamente me ler, procuro fugir da opacidade e do cinzentismo como o Diabo da Cruz. Sendo certo, por incapacidade minha, que não escrevo com a beleza de um arco-íris, também não deixa de ser verdade, que demando com paciência, coragem e entusiasmo persistir nesta nobre tarefa. Paciência para compreender as exigências dos leitores, umas com razão, outras sem fundamento. Coragem em aceitar e enfrentar, quase diariamente, o repto – horas em frente do computador, a alterar e a retocar frases, com avanços e recuos, em suma, o processo normal de alguém que busca a máxima perfeição em tudo. Entusiasmo, sentimento comum a quem escreve com gosto, que indaga em cada palavra, por vezes insegura, encontrar a segurança necessária para continuar.

Tentando desnudar-me do revestimento que, amiúde, me querem colocar, procuro insistentemente a coerência. O que hoje, para mim, é assim, não é assado amanhã. De modo algum aceito tudo, pois se pouco tenho para deixar aos meus vindouros, pelo menos que esse pouco seja de alguém para quem os actos e as palavras têm peso de ouro. Bem sei que está em desuso, mas continuo a ter incessantemente presente que os fins não podem justificar todos os meios.

Cada “escavação” para a divulgação dos factos provoca um acontecimento no espaço envolvente. Todavia, é, bem o sei, desta forma e a partir daqui que todas as áreas se articulam, sendo, por isso, um ponto central da formação do eu e uma forma de estar na vida.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:44

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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