Ontem foram dados à estampa os resultados da edição 2018 do, em tradução livre, Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). E, tal como se suspeitava, deu jeito para tudo e, sobretudo, para todos. Tendo sido o penúltimo realizado em 2015, este, de certo modo, versa sobre a implementação das políticas educativas do anterior governo (2015-2019), já que o actual, apesar de ser mais do mesmo, ainda não produziu nada.
Que continuamos numa curva ascendente ninguém tem dúvidas. Todavia, há um senão. No que concerne às Ciências, estas denotam um decréscimo nos respectivos resultados. Se até aqui nada de alarmante há a registar, o caso muda de figura quando nos deparamos com as declarações do (não)ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
O ainda ME, desenvergonhadamente, mas sem reivindicar o contínuo êxito em Matemática e Literacia – era o que mais faltava -, não se conteve de remeter o insucesso de Ciências à acção governativa de Nuno Crato. É de bradar aos céus.
Como se sabe o ex-ME implementou uma política de rigor, essencialmente a nível de Matemática e Português, com a introdução de exames, nestas disciplinas e noutras, em todos os finais de ciclo. Daí não nos admirarmos do sucesso nestas. Se continuasse a governar, a maioria das pessoas está convencida que a ascensão de todas as áreas seria possível, uma vez que os exames se estenderiam à generalidade das disciplinas.
E o que fez o actual ME? Acabou, pura e simplesmente, com os exames, com excepção do 9º ano. E mesmo neste será para acabar com a intenção de transitar todos os alunos. Oxalá esteja enganado, mas com esta política facilitista, onde a preocupação economicista é premente, os resultados em 2021 serão bem piores.
Finalmente uma palavra para quem merece. Independentemente dos políticos ou da ausência deles, o certo é que tais resultados se devem aos alunos, mas também aos professores que, por muito que seja maltratados – o actual e anterior governo PS é o paradigma disso mesmo - não desistem.