As audições da Comissão de Inquérito Parlamentar aos financiamentos estranhíssimos da CGD, ocorridos entre 2005 e 2011, com a consequente ruptura financeira desta, a qual tivemos todos nós de cobrir, é, se não fosse caso para chorar, um pagode. Por mim, aquela encerrava de imediato, poupando assim uns valentes milhares de euros em relatórios/actas, deslocações, traduções, etc., etc.
Andem por onde andar, ouçam este e aquele e o aqueloutro, vejam e revejam a mais variada documentação, façam inclusive o pino, que no final hão-de chegar à brilhante conclusão que a culpa vai ser, quanto muito do porteiro do banco público ou da empregada de limpeza do BdP, mas jamais dos políticos e/ou dos banqueiros.
“Não me recordo. Já passou tanto tempo. Quem permitiu tal foi X, Y e/ou Z. Apenas cumpri ordens. Nem sequer estive na reunião”. Eu, pessoalmente, não devo nada”. Estas são algumas das muitas afirmações desenvergonhadas por todos ouvidas. Calculado e resumido, o final é certo: paga Zé e não bufes.
Já agora, não me admiro nada que um dia destes, surja um novo caso, este ocorrido nos presentes dias, muito semelhante àquele, e que jamais encontrará quaisquer culpados. Nós somos assim. O que se há-de fazer?