Quando encostado às tábuas, quando encurralado, qualquer ser tenta a fuga sem procurar saber qual o melhor modo de o fazer. Como é evidente o homem não foge a esta regra. Veja-se o caso de José Sócrates.
Depois de ter colocado o país à beira do precipício e posteriormente começar uma faustosa vida sem que ninguém descortinasse de onde vinham os meios para levar tal, a justiça iniciou o cerco e, apesar de mais vagarosa do que todos desejavam, tem vindo a acumular indícios fortes de culpabilidade, ainda que as respectivas provas sejam – ninguém duvida – extremamente difíceis de obter.
E o que tem vindo a fazer o ex-primeiro-ministro? Dispara, sempre que pode, em todas as direcções, com um azedume que roça o desespero. É vê-lo, então, a dar tiros tentando atingir não pequenos botes mas autênticos porta-aviões, começando pelo juiz Carlos Alexandre, passando pela Procuradora Geral da República e terminando na primeira figura do Estado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Lamento tal postura, uma vez que não vê que os disparos que dá são nos próprios pés!