Sinceramente, este país não tem emenda. Então, não é que em plana época de fogos, em que, como é do conhecimento de todos, praticamente o país inteiro era um mar de chamas, houve alguém que se aproveitou de tão enorme desgraça e toca de meter a mão ao bolso, ou melhor, a mão na comida, e roubar naquilo que legitimamente era destinado à alimentação dos bombeiros? E o pior é que, segundo parece, são as próprias associações voluntárias de bombeiros as primeiras a “abotoarem-se” de tal.
Como indaga constantemente uma amiga minha: “não sei como é que num país tão pequeno pode haver tantos ladrões?”
É a comida nas cantinas escolares, onde os milhões se traduzem no prato em míseros tostões, é na alimentação dos bombeiros, onde estes passam com um pão sem nada dentro durante um dia de combate aos incêndios, é nas ajudas aos agricultores, onde os que já têm muito – património e, sobretudo, conhecimentos - são aqueles que mais ajudados são, é as Infraestruturas de Portugal, vulgo empresa pública que cuida das estradas nacionais, que irá gastar 60 000 euros em café em dois meses, entre tantos e tantos outros exemplos.
Por vezes, penso que estaríamos bem melhor se estivéssemos anexados a um outro país, sobretudo se fosse do norte da Europa.