O meu ponto de vista

Dezembro 10 2015

A política, dos dias de hoje, está a tornar-se uma chatice. Já sabemos todos o que aí vem: aumento dos salários, descongelamento de carreiras, diminuição do IRS, reversão das privatizações, aumento das pensões, bem como outras benesses, pois enquanto durar o dinheiro vai ser uma festa, como dizia a outra, a propósito das obras da Parque Escolar. Sempre aprendi que não se poderia gastar 120 quando se aufere apenas 100. Mas os socialistas jamais aprenderão: emagrecem as receitas e aumentam as despesas.

Por isso, enquanto esta inquietação não passa, vou beber um café. A propósito do café: tomá-lo, como todos sabemos, tornou-se um hábito e, por vezes, até um ritual. Para muitos, o dia só começa com esta bebida. Para outros, um café quente e aromático é a melhor maneira de finalizar uma refeição. E, já agora, também há quem goste de beber café a qualquer hora do dia, um prazer que não lhes pode ser negado.

Assim, para os verdadeiros apreciadores de café, cada chávena pode, e deve, ser uma experiência inolvidável. E tomar um café, mesmo que seja às onze, hora a que escrevo este texto, é um momento de satisfação.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:51

Maio 22 2015

Já escrevi aqui sobre o café. Volto ao tema à falta de melhor. Diz uma outra lenda que se hoje nos deliciamos com um bom café o devemos a um rebanho de cabras que, muitos séculos atrás, chamaram a atenção do seu pastor, um etíope conhecido por Kaldi, surpreendido pela agitação anormal dos animais.

Kaldi ter-se-á, então, apercebido que o súbito ataque de energia das suas cabras, que pareciam dançar alegremente entre os vários rebentos que se encontravam nas redondezas, se devia aos seus bagos vermelhos, ou seja à planta do café. A curiosidade, naturalmente, levou a melhor e, depois de provar também ele alguns bagos, facilmente viu as suas suspeitas confirmadas.

Desde então a popularidade do café não parou de crescer e actualmente são milhões as pessoas que não dispensam um café pela manhã e, sobretudo, depois de uma boa refeição, um hábito fortemente enraizado um pouco por todo o mundo. Como sabemos, Portugal não é excepção, bem pelo contrário.

“Negro como o diabo, quente como o inferno, puro como um anjo, doce como o amor”, foi assim que Talleyrand (1754-1828), diplomata e político francês, descrevia um bom café e não tenho a menor dúvida que haverá muitos apreciadores a pensarem o mesmo. Bem, talvez um pouco menos doce e não tão quente!

E, já agora, sabem de onde vem o nome de BICA? Advém de um slogan da pastelaria lisboeta A Brasileira que, para incentivar os clientes a consumir esta bebida de sabor amargo e forte, dizia Beba Isto Com Açúcar.

Italiana, escaldado, em chávena fria, curto, cheio, pingado, abafado, descafeinado, com cheirinho, com gelo, galão ou garoto, estas são algumas das variantes mais solicitadas pelos portugueses. Uma nota para dizer o que a grande maioria já sabe: no Porto, a bica toma outro nome, designando-se por cimbalino, em homenagem às primeiras máquinas de café expresso e ainda hoje no mercado, La Cimbali.

A finalizar, um convite: vai um café?

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:17

Outubro 01 2014

Ah, o café, essa poção que, diariamente, muito poucos portugueses conseguem passar sem beber, havendo mesmo alguns que podem ser considerados viciados em tal. Assim, bem podemos afirmar que a relação entre os portugueses e o café é uma história de paixão e sedução. Aliás, poucos existem que poderão dizer que uma relação não começou com um convite para tomar café?

A aludida paixão não poderia ter começado de outra forma. A história disso nos dá conta. Segundo a revista Café e Chá (Fev.2012), “diz-se que, em 1727, Francisco de Mello Palheta, um militar luso-brasileiro, foi enviado à Guiana Francesa com duas missões: restabelecer a fronteira fixada pelo Tratado de Utrecht e conseguir sementes de café”.

Quanto à primeira incumbência, por não ser aquilo que me leva a escrever este texto, deixo-a de lado. Relativamente ao segundo encargo, continua aquela publicação a dizer que “para conseguir tal intento, um verdadeiro segredo de Estado, Palheta - aqui para nós, palheta era coisa que não lhe faltava, fazendo jus ao nome - terá seduzido a mulher do governador, o qual se recusava veementemente a entregar os precisos grãos”.

Aquela, rendida aos encantos do garbosos militar, entregou-lhe uma planta de café, e, passado pouco tempo, os portugueses davam início à plantação, de certo modo intensiva, de café no Pará e no Maranhão.

A chegada do café à corte portuguesa, segundo conta a nossa história, foi uma questão de pouco tempo, tendo-se seguido séculos de enraizamento de um hábito. Beber café e frequentar cafés, num misto de convívio e cultura, há muito que faz parte do nosso dia-a-dia. Aliás, vejam-se os exemplos de muitos dos nossos mais ilustres escritores e pintores que não escaparam a esta moda, destacando-se, de entre muitos outros, Bocage, Alexandre Herculano, Almeida Garret, Fernando Pessoa e Almada Negreiros. E quem não se lembra de cafés míticos, alguns ainda hoje existentes, como o Martinho da Arcada, o Nicola, o Marrare, o Magestic ou a Brasileira?

Já agora, vai um café?

 

Adenda: À semelhança de muitos outros também este texto foi escrito há vários dias e daí a razão deste aditamento, o qual tem a ver com algo que, hoje mesmo, presenciei a propósito de café e que, mais uma vez, me deixou estupefacto face a determinadas posturas tomadas por certas pessoas. Mas, como se costuma dizer, as atitudes ficam com quem as pratica.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:45

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
Janeiro 2025
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

20
21
22
23
24
25

26
28
29
30
31


arquivos

Janeiro 2025

Dezembro 2024

Novembro 2024

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Julho 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO