É uma verdade insofismável. A banalidade com que, infelizmente, encaramos a má educação, a falta de civismo, a imoralidade e a ausência de ética – não serão estes adjectivos todos sinónimos? - é, com a toda a certeza, fruto da relativização que ao longo das últimas décadas fomos ouvindo e, deste modo, formatados. Quem nunca ouviu alguém dizer que esta ou aquela expressão, atitude é ou não é abjecta, dependendo das circunstâncias e do lugar? Pois é, quando relativizamos algo, sobretudo perante crianças e jovens em processo de maturação, os quais, como é óbvio, possuem apenas um poder diminuto de discernimento, estamos a dar-lhes um sinal errado.
Neste âmbito, prefiro pecar por exagero. Tudo o que é palavrão, ausência de comportamento adequado perante os outros, independentemente do lugar ou da assistência, carência de bons propósitos perante a família, escola e sociedade em geral é de reprovar desde a mais tenra idade. E não me venham dizer que uma criança com dois ou três anos é uma “gracinha” ao bater num adulto. Muito menos é engraçada ao linguarejar uns palavrões. De pequenino é que se torce o pepino.
De modo algum, se pode observar a má educação e virar a cara para o lado. Por as famílias não encararem este gravíssimo problema é que estamos no nível educacional que estamos. Só um exemplo: se as famílias não permitissem a colocação e, sobretudo, o uso do telemóvel à mesa, os nossos jovens não forçariam, como o fazem, indistintamente a utilização destes nas salas de aula e não só.
Aliás, digo mais: no que me concerne, estou cansado de aturar jovens com 18, 19, 20 anos ou mais sem o mínimo de saber estar e ser. Não sabem falar e muito menos ouvir um adulto, não sabem estar sentados, não sabem ver o que quer que seja sem proferir um comentário, seja ele ou não assertivo, tenham ou não autorização a fazê-lo, não sabem reflectir, ou seja, abrem a boca quando lhes dá na “real gana” e, por isso, não é de estranhar que 90% das vezes saia asneira. Ah, não protesto pela ausência de conhecimentos da língua de Camões, de Matemática, de Mecânica ou outras matérias. Queixo-me, sim, da falta de educação ao nível mais básico.