Eis-me de volta ao balanço de 2013, desta vez dedicado à Educação. O grave emagrecimento demográfico resultante da quebra de natalidade, bem como da inevitável racionalização dos recursos financeiros – situação económica oblige -, provocaram, neste sector, sobretudo nos últimos anos, não apenas o encerramento de centenas de escolas, como determinaram o fim de um mercado de trabalho para muitos jovens licenciados.
Perante estes pressupostos, e embora esta seja uma área muito sensível, as acções de abordagem não poderão ser herméticas ou conservadoras, tal como não poderão ser ultra-liberais. Assim, se Nuno Crato, de quem tanto se esperava, por vezes, se tem comportado como um elefante numa loja de porcelana, como foi o caso da prova de avaliação de conhecimentos dos professores contratados (PACC), também não deixa de ser verdade que aquele senhor que não dá aulas há vinte e tal anos, mas que é docente efectivo, e lidera o movimento que, supostamente, defende os interesses da classe, já se deveria ter demitido ou ter-se sentado com todos os interessados a pensar numa boa base de gestão da Educação.
O país, e sobretudo a Educação, necessita urgentemente de profissionais adaptáveis, que possam enquadrar-se nas oportunidades existentes, actualizando permanentemente os seus conhecimentos, de modo a manter um know-how técnico-científico altamente especializado. Por isso, convém pensar no grau de motivação e envolvimento que um docente pode ter numa escola onde impera, em grande parte, o medo de perder o lugar, onde sente quase permanentemente que não possui autoridade, já que esta advém de quem superiormente não a quer exercer e de ver o carreirismo ser premiado por evidências reminiscentes de um eduquês, infelizmente, ainda imperante.
Quando observamos que o número de candidatos à última edição da “Casa dos Segredos” foi o dobro das do ensino superior, está tudo dito.
Adenda: hoje podia e devia falar sobre o falecimento do Eusébio. Mas ía acrescentar algo? A resposta é não. Por outro lado, só ía acumular o que já excessivamente foi dito e mostrado.