O meu ponto de vista

Junho 27 2020

É politicamente correcto não falar sobre os rankins e, se porventura, ousar discorrer sobre tal o mais acertado é desvalorizar. Aliás, o melhor é dizer mal e pululam por aí mil e um argumentos que, para este fim, se podem aproveitar. Desde os dirigentes sindicais, passando pelos governantes, sem esquecer aqueles que se encontram mal ou muito mal posicionados nos ditos cujos, todos apresentam teorias e factos, uns com princípio, meio e fim outros mal amanhados, para contrariar o interesse do público.

Ao exposto anteriormente unicamente escapam os que se encontram nos lugares cimeiros. Vejam-se as declarações dos directores destas escolas a perorar sobre o porquê de tão bons resultados. Este ano serviu para elaborar este mini-ranking bairradino os dados colhidos em (https://observador.pt/interativo/ranking-das-escolas-veja-em-que-lugar-ficou-a-sua/).

Relativamente aos dados, eles falam por si. Apenas uma questão: escolas existem que vão de queda em queda até gloriosamente alcançarem, um dia destes, os últimos lugares. Depois é só inverter a tabela. Construir é difícil. Fácil é o contrário.

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publicado por Hernani de J. Pereira às 21:03

Março 19 2018

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Ano após ano, década após década, o número dos “resistentes” é cada vez mais baixo. Os jovens procuram outras paragens, sobretudo os grandes centros urbanos do litoral, deixando aldeias, solos e paisagens votadas a um abandono profundamente desertificador em termos humanos, económicos e ambientais.

São muito poucos aqueles que se podem classificar como instrumentos de futuro. Não são certamente muitos e nem os únicos, mas são uma garantia para aqueles que ficarem, uma aposta para os quiserem regressar e uma oportunidade para os que se vierem instalar.

Estas terras bairradinas são grandes e grande é também a vontade de crescer, razão pela qual tem vindo a recolher, junto da população, um forte desejo de concretização, uma concretização quantas vezes interrogada, tantos foram os avanços e recuos ao longo de décadas.

Hoje, porém, estamos em condições de reafirmar o que ficou dito há muitos anos atrás: a Bairrada - principalmente os seus vinhos - é irreversível. Hoje também começam já a revelar-se novas dimensões agrícolas e turísticas, duma região capaz de desenvolver num contexto de equilíbrio ambiental e social.

Neste momento quero deixar duas palavras de agradecimento. Em primeiro lugar aos meus pais, pois foram os pioneiros na estrutura do meu ser enquanto amante deste “sujo” que lava, que é a agricultura. Depois, uma palavra de esperança e de confiança num futuro certamente melhor. A criação de um espaço digno e com novos horizontes, onde os meus vindouros irão ter um papel decisivo naquilo que será o futuro. E não é muito diferente daquilo que queremos todos … uma vida digna, onde o “amanhã” deixará de ser uma incógnita e o “hoje” se viverá com maior intensidade.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:29

Maio 08 2014

Na continuação do artigo anterior, e ao falar da Bairrada é forçoso curvarmo-nos sobre essa nobre casta que é a baga. Uva difícil de trabalhar, não o nego, é, contudo, com esta que são elaborados alguns dos vinhos mais marcantes e sofisticados que se pode degustar nesta região, sejam eles de lote ou monocasta. Desta igualmente se fazem excelentes rosés e brancos, tanto mais que, hoje-em-dia, técnicas existem que permitem incluir a baga em extraordinários espumantes brancos.

Todavia, a região não vive só da casta baga. Os seus vinhedos exibem também a touriga nacional, tinta-roriz, e até as internacionais merlot e syrah, as quais tão bem se têm adaptado ao clima e aos solos locais. Devido à forte adstringência, principalmente enquanto vinho novo, à baga tem sido adicionada com óptimos resultados quantidades apreciáveis, dependendo dos gostos, de mostos provenientes destas últimas castas. A inovação é também sinónima de qualidade.

Nas castas brancas destaque para a maria gomes, bical, arinto e cercial. É com base nelas que são elaborados a maior parte dos vinhos brancos de mesa e espumantes que dão nome à região.

A todos os seus vinhos a Bairrada empresta frescura e identidade. São exactamente estas características que, aliado aos investimentos feitos e ao aprofundado conhecimento dos seus técnicos que fazem dela uma excelente produtora de vinhos e, fundamentalmente, de espumantes.

Este último é, sem dúvida, o produto que mais identifica a região bairradina. Em caves seculares, com túneis infindáveis, repousam milhões de garrafas de espumante num estágio que serve para atingirem as melhores características e qualidade até chegarem ao consumidor final.

Com o leitão assado vai sempre bem um espumante. Já a chanfana saboreia-se melhor com um tinto baga, desde que este já tenha uns anos de vida. Para o peixe grelhado nada melhor que um branco jovem, cuja estrutura, frescura e complexidade de sabores a frutos silvestres complementa excelentemente bem a refeição.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:03

Maio 02 2014

Após mais dois dias de intenso trabalho nas vinhas, nada mais apropriado que falar de vinho, produto feito para nosso prazer. Então, nesta altura do ano, em que o calor, há tanto aguardado, começa a fazer sentir-se com maior intensidade, para além daquela que resulta da composição aromática e da estrutura da boca, acrescenta-se a sua capacidade refrescante.

Estamos na Bairrada e, por isso, justifica-se plenamente falar dos vinhos aqui feitos. Terra de espumantes, mas também de brancos com estrutura, bons para guardar alguns anos e apreciar com pratos mais fortes, como carnes brancas guisadas, peixe asado no forno e um bom queijo. Não esqueçamos, porém, os tintos, vinhos bem encorpados e com uma estrutura bem definida, devido aos fortes taninos que compõe fundamentalmente a principal casta, a baga.

A Denominação de Origem (DO) Bairrada é uma das mais antigas regiões demarcadas de Portugal, desenvolvendo-se entre o litoral atlântico e as serras do Buçaco, Lousã e Caramulo. Aqui se podem encontrar alguns grandes produtores, a par com pequenos e médios viticultores.

Num mundo cada vez mais globalizado, a Bairrada tem conseguido manter a diferença. É algo que resulta, não só das castas e solos de cada um dos seus terrois, mas também da marcada influência atlântica que se faz sentir na região e do saber e profissionalismo dos seus produtores.

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:14

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