O meu ponto de vista

Dezembro 12 2017

Não tenho a menor dúvida que apenas a exigência e o rigor criarão um futuro mais risonho. A permissividade jamais foi boa conselheira e deu e dará sempre maus frutos. Porém, o que vemos? Observamos que, por regra, as pessoas pensam que por onde os outros passarem também eles passarão, independentemente de se esforçarem ou não. Por outro lado, reparam que os mais desonestos são aqueles que mais rapidamente sobem na vida. Igualmente atentam que, afinal, o crime compensa. Angustiadamente ou não, também vêm que o ânimo, a dedicação e o empenho pouco ou nada gratificam.

Sim, bem sei que, segundo alguns, a frase “fica-te mundo cada vez pior” tem para cima de dois mil anos. Todavia, cada vez mais, acho – sem, de modo algum, comungar do “achismo”, prática tão comum nos dias de hoje – que a aludida frase, independentemente de ter muitos ou poucos anos, começa a fazer verdadeiro sentido. Deus queira estar enganado.

No que concerne aos meus filhos e netos – falo na generalidade -, com toda a franqueza, não gostaria de que na sua educação entrasse o laxismo, o faz-de-conta e a desresponsabilização pelos seus actos. Em suma, quero e exijo que sejam educados tendo em atenção as suas atitudes e comportamentos. Os valores são fundamentais e devem estar presentes em todos os momentos do dia-a-dia.

Não sei se é da idade. Penso que não. No entanto, a cada dia que passo vejo a preparação dos nossos vindouros com características nada recomendáveis. Há excepções? Com certeza que sim. Apenas confirmam aquela premissa. Estou, contudo, perfeitamente convencido que o futuro será das máquinas e de meia-dúzia de humanos - os excepcionais - capazes de as comandar. O resto, a grande “manada”, não passará de perfeitos autómatos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:41

Maio 26 2017

Conheço muito bem Vagos, tanto mais que a minha avó paterna era daquele concelho. Terra pacata, cheia de gente valorosa, misto de agricultores e pescadores. Simultaneamente, terra muito afeiçoada a certos rituais e tradicionalismos que, segundo parece, já não são de agora. Infelizmente para uns, felizmente para outros. Sinais dos tempos!

Gente que sempre votou à direita e, por isso, não é por acaso que esta polémica se instala. Por mão de quem? Do Bloco de Esquerda (BE), claro está. Não possui qualquer representatividade junto daquela, mas, ao menor sinal, ei-los que saltam para a ribalta como primeiros defensores, não dos bons costumes – seja lá o que cada um entender por tal -, mas sim de uma progressividade que há milénios fez cair Roma e o mesmo há-de acontecer connosco agora.

O caso conta-se em meia-dúzia de palavras. Duas alunas da Secundária de Vagos, onde também estudam discentes desde o sétimo ano, ou seja, com doze ou treze anos, beijaram-se prolongadamente no recreio, provocando a indignação de alguns dos presentes. Vai daí a direcção da Escola chamou as aludidas intervenientes e disse-lhes que tal conduta não era a mais apropriada àquele local.

Como está bem de se ver, mal o BE teve conhecimento do caso logo o empolou e “toca” de chamar a comunicação social, a qual, como todos bem sabemos, se pela por qualquer caso de lana caprina, independentemente do sentir da esmagadora maioria dos vaguenses. Isto faz lembrar outros tempos em que não se podia dizer o que quer que fosse a um negro pois era, de imediato, apelidado de racista. No fundo, no fundo, o que se pretende é uma escola com todos e mais alguns direitos e sem, repito, sem deveres de qualquer espécie.

O caldo, como é óbvio, entornou-se e a direcção vê-se em palpos de aranha para explicar um caso cuja importância, senão é nula, é extremamente reduzida. Uma coisa é certa: não invejo o actual papel do Hugo Martinho.  Já por lá passei e sei o quanto é fácil, para os “profissionais” do costume, fazer a maior tempestade num simples copo de água. Uma achega à questão: sempre fui contra as manifestações de afecto mais íntimo no interior do espaço escolar, independentemente da orientação sexual. E penso que é aqui que bate o cerne da questão.

Entretanto, o Ministério da Educação (ME) afirmou que “repudia actos de discriminação e vai agir no sentido de apurar o que aconteceu naquela Escola. O ME teve, esta quarta-feira, conhecimento do referido caso, pelo que vai agir no sentido do apuramento dos alegados factos”.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o director da Escola, Hugo Martinho, explicou que “não houve qualquer repreensão ou crítica à orientação sexual das alunas”, mas que lhes pediu “alguma contenção”. Um elemento da direcção falou com uma das alunas, num local reservado, pedindo alguma moderação, no sentido de as proteger”, disse Hugo Martinho.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:14

Janeiro 27 2017

Deparamo-nos, amiúde - mais vezes que gostariamos -, com situações caricatas e muito tipicamente lusas. Por exemplo, há uma delas que particularmente me irrita: deparar-me com o estacionamento de um carro em segunda ou terceira fila, com os quatro piscas ligados … e os outros que se governem.

Ontem mais um desses casos aconteceu, tendo-se formado uma enorme fila, com buzinadelas e muita impaciência à mistura, como é óbvio. Passados uns minutos, chega a condutora – aqui para nós, que ninguém nos ouve, valeu a pena esperar para ver tanta beleza -, acena com a mão, em jeito de desculpa, entra no carro e parte para a sua vida. E, pronto, aguenta Zé!

Neste compasso de espera deu para pensar na analogia entre este comportamento selvagem que, afinal, até é muito concordante com o procedimento das nossas classes da nobreza, da classe política, do futebol e dos eternos “tachos” públicos.

Se durante o Verão percorrermos a maioria das nossas aldeias e vilas é comum observar o gasto de dezenas ou centenas de milhares de euros nas suas festas anuais e ou em feiras/exposições disto ou daquilo. Os palcos são imponentes, as luzes atravessam os céus à noite, provocando uma espécie de “aurora boreal” ou chuva de estrelas, isto sem falar do barulho que por ser tanto não se dança, nem se consegue ouvir o que os cantores dizem.

Depois chega a altura do Natal e Passagem de Ano, com a azáfama das compras, diluída pelos canais televisivos, os quais repetem incessantemente festas e ceias, que no fundo são todas iguais, não sendo populares e muito menos tradicionais, por muito que digam o contrário.

Neste contexto, falar de desemprego, do aumento da dívida, da morte anunciada do paradigma económico e social - via Trump e não só - parece-nos deprimente. Na verdade, segundo uma amiga minha, são assuntos que só interessam aos “chatos”.

Ora, neste encadeado, o que há de comum nos temas que abordei? Bem, talvez seja desejar ter uma vontade igual à da condutora inusitada, i.e., largar tudo em qualquer lugar e não me preocupar com nada nem com ninguém.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:06

Outubro 09 2011

Em determinados momentos da nossa vida, todos tivemos e temos amigos que, ética e moralmente, não reflectem os melhores valores, independentemente da subjectividade de tais conceitos, cujo comportamento não foi nem é exemplo para ninguém e muito menos para os nossos filhos. É uma verdade irrefutável, à qual, por muito que se queira, ninguém está imune.

Ora, face a tais atitudes não nos podemos refugiar no tão estafado argumento: não tenho nada a ver com isso. A vida é dele e, por isso, não me meto. Não, mil vezes não! Existem lados errados da vida que nos estão impedidos de trilhar.

Relembrando que há apenas uma coisa que não se escolhe, isto é, a família, recordo igualmente aquele velho adágio “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”.

Por outro lado, não é que me recuse a receber lições de moral. Recuso-me, sim, a ouvir prelecções de pessoas que continuamente têm demonstrado não ter autoridade moral para dizer aos outros como hão-de estar, ser e, acima de tudo, como hão-de proceder.

Estou cansado de tanta hipocrisia. Estou farto de ver pessoas que querem, à viva força, demonstrar públicas virtudes mas que simultaneamente possuem vícios privados.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:38
Tags: ,

Maio 30 2011

Com a recessão e a necessidade de reorganizar os objectivos globais, as pessoas recorrem, cada vez mais, a conselhos (profissionais ou não), de molde a obter ajuda que torne os caminhos menos pedregosos, ou seja e em suma, para que os meses cheguem realmente ao fim e não fiquem pelo dia vinte ou menos.

Na actual conjuntura, importante mesmo é retirar a carga negativa que está impregnada nos ambientes que rodeiam as pessoas, de forma a que o esforço profissional e pessoal possa fluir o melhor possível. E, sem sombra para dúvidas, devido à crise, hoje em dia, existem muitas pessoas que possuem uma carga emocional acrescida para gerir. As pessoas pensam que amanhã não é o “outro dia”, em que o sol brilhará e o céu mais azul se apresentará, mas sim o dia em que ficarão desempregadas, o dia em que não terão dinheiro para pagar os empréstimos da casa e/ou do carro, o dia em que a fome lhes entrará porta adentro.

Ora, isto significa que tem de ser feito um cuidado trabalho de interiorização para que as pessoas reforcem o seu desenvolvimento pessoal. É absolutamente necessário que as pessoas percebam em que situação se encontram, para onde querem ir – tendo em conta, é claro, as actuais circunstâncias -, o que podem fazer para aumentar a sua performance e, consequentemente, como isso se pode reflectir no seu dia-a-dia.

Este desenvolvimento pessoal ao nível das atitudes, mas também a nível das aptidões que se pretendem atingir, vai ser crucial. É que tal é imprescindível para que possam entrar num processo de auto-reconhecimento, o que pode levar – Deus queira - à descoberta até de potencialidades que ignoravam.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:23

Julho 16 2010

Que memória, meu Deus, que algumas pessoas têm! Quando ninguém se recorda, existe sempre uma pessoa que, aparentemente, mas só aparentemente, apresenta uma memória digna de elefante. Lembra-se de todos os pormenores, incluindo os mais ínfimos, mesmo que tenham decorrido vários anos sobre o(s) facto(s). Como não podia deixar de ser, posteriormente, aparecem outros a corroborar, apesar de nada saberem, nem se lembrarem. Mas lá fazem o frete. Dá jeito e naquele género de pessoas cai sempre bem.

Por outro lado, quando não respeitam os superiores hierárquicos, e os exemplos estão à vista ao longo dos últimos anos, como podem afirmar, à boca cheia, que se não tivermos uma resposta firme, um dia destes estamos entregues “aos bichos”? Caracterizar este comportamento como demagogia é pouco. No fundo, trata-se de, pura e simples, pouca vergonha. Aliás, é a única resposta à questão levantada.

Pensam que somos cegos? Que conseguem passar entre os pingos da chuva sem se molhar? Puro equívoco. Nós bem sabemos. Também temos cabeça para pensar, por muito que pensem o contrário. E, a verdade é que as máscaras, de vez em quando, caem-lhes. E quando não cai, por vezes, pessoas existem que, com coragem e determinação, lhas arrancam. Unicamente se lamenta que não seja sempre. Acrescento apenas: que Deus lhes perdoe.

Mudando de agulha. Imaginem o que é uma reunião com imensas pessoas, na qual os homens são apenas quinze por cento! É de bradar aos céus. Oh, Pai do Céu, dá-me paciência. E elas que não se calam. E, ainda por cima, pessoas existem que, apesar de verem as restantes plenamente desinteressadas nas suas palavras, não desarmam. E, enquanto, não desbobinarem a cartilha, não esquecem, não descartam e … pumba: aí vai a verborreia. Se existem excepções? Claro! São poucas, mas honrosas.

Já agora, como é possível aumentar a produtividade deste país, se analisamos, de “passagem”, um bom caso, cujo procedimento devia servir de exemplo, e demoramos uma eternidade sobre um caso problemático, o qual, na maioria dos casos, o é porque, verdadeiramente, o quer ser? Caramba, não há direito! Devia ser precisamente o contrário.

E as injustiças que se verificam, mercê da dualidade de critérios? É de bradar aos céus. E “comemos” tudo com o mesmo ar prazenteiro. Sinto uma revolta no estômago. Todavia, a lei da maioria, mesmo que silenciosa, tem de ser acatada.

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:33
Tags:

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
Setembro 2023
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30


arquivos

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

pesquisar
 
blogs SAPO