O meu ponto de vista

Dezembro 09 2022

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A Assembleia da República aprovou hoje a lei da morte medicamente assistida, vulgarmente designada por eutanásia. Desde já, e para esclarecimento de todos, declaro que sou completamente contra os fundamentos desta lei, a qual até pode nunca ver a luz do dia, bastando para isso que o Presidente da República a envie para o Tribunal Constitucional e este declare a sua inconstitucionalidade.

E sou contra por ser cristão, mais concretamente católico convicto e praticante, e, nesta ordem de ideias, ter a certeza absoluta que apenas Deus é o Senhor da vida. Por sua vontade nascemos – o extraordinário milagre de vida - e somente quando entender morreremos. Há uma excepção: o suicídio. No entanto, como todos sabemos, a Igreja é a primeira a criticar tal acto.

O que me espanta é que sendo a sociedade portuguesa, em termos religiosos, majoritariamente católica, eleja uma maioria de deputados que representam e defendem ideias contrárias aos princípios orientadores da Igreja Católica.

Já agora, o país não tem problemas muito mais urgentes e graves para onde os deputados devam dar a sua atenção?

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:31

Maio 08 2020

Ultimamente a sonsice tomou conta de alguns dos nossos políticos e, como é óbvio, o caso estende-se às respectivas instituições. Então, depois de Ferro Rodrigues ter dito que “era o que mais faltava usar máscara no 25 de Abril”, para uma semana depois decretar que na AR o uso da dita máscara é terminantemente obrigatório, vem-se agora a saber que tal só é obrigatório quando não se está no uso da palavra.

É claro que não se trata de uma contradição. Longe disso. Para os socialistas as leis são para aplicar mas apenas por alguns. Uma pessoa vai a uma loja comprar produtos para a agricultura e nem sequer o deixam entrar se não usar máscara. E ai se tentar retirá-la. De imediato é expulso. Na AR, no entanto, quando se está de boca fechada usa-se a máscara. Quando toma a palavra e, nessa ordem de ideias, o mais certo é expelir substâncias salivares, incluindo “perdigotos”, retira a máscara. Repito, porém, que de contradição não há nada.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:55

Fevereiro 14 2020

Os partidos com assento na Assembleia da República, na sua maioria, preparam-se para aprovar o direito à morte assistida, sem haver lugar a debate público e muito menos referendo. Conforme disse no texto anterior, por muito que nada tenham dito aquando da campanha eleitoral para a actual legislatura, aqueles, com receio de que o povo chamado a referendo chumbasse a sua pretensão – não tenho a menor dúvida que assim seria -, preparam-se, agora e à socapa, para aprovar legislação sobre tal matéria.

Que os partidos da esquerda e extrema-esquerda o façam não me admira, uma vez que a democracia directa é para ser usada apenas e exclusivamente quando muito bem lhes interessa. Agora que o PSD, cuja matriz sempre foi moldada pela doutrina social da Igreja, bem como sabendo que a maioria dos seus militantes e, sobretudos, eleitores, professam a religião católica, vá atrás daqueles e também apoie a não realização de um referendo é que não compreendo e muito menos aceito. Respeito quem pense diferente e vote conforme muito bem entender num referendo, como é óbvio. Rejeito a clarividência de meia-dúzia de iluminados, bem sentados no Parlamento.

Estou e enquanto assim pensar estarei sempre contra este atentado à vida humana, por muito que respeite a liberdade, não qualquer liberdade, não as mais amplas liberdades e muito menos a libertinagem. Atrás da eutanásia outras “liberdades” virão. Isto é só o princípio.

Por último, acrescento: ou o PSD, no qual há muito milito, repensa a sua posição relativamente ao referendo, ou ver-me-ei, de acordo com a minha consciência, obrigado a desfiliar-me. Tenho dito.

publicado por Hernani de J. Pereira às 12:29

Fevereiro 12 2020

No próximo dia 20, a Assembleia da República (AR) irá, em princípio, aprovar do direito à eutanásia. Digo em princípio, uma vez que a esquerda e extrema-esquerda, hoje maioritária na Parlamento, já disseram que eram esses os seus propósitos. Para início de conversa, direi que não concordo com esta posição, uma vez que, senão toda a esquerda, pelo menos o PS não o declarou explicita nem implicitamente no seu programa eleitoral tal desiderato. Ora, caso o tivesse feito, i.e., de fora clara e concisa, sem tergiversações, estou perfeitamente convencido que o resultado eleitoral tinha sido diferente. Não votei PS, como muito bem sabem, mas conheço muitos socialistas que jamais teriam convertido o seu voto em cor-de-rosa caso soubessem destas nefastas intenções.

Se AR é soberana? Claro que sim. Isso é indiscutível. O problema é os deputados terem sido eleitos de acordo com um programa e, posteriormente exercerem o seu múnus em algo a que legitimamente não lhes foi dado mandato. Esclareço, desde já, que incluo neste rol o PSD, o qual, segundo as últimas notícias vindas a público, se prepara para dar liberdade de voto aos seus deputados, argumentando que se trata de uma questão de consciência. Votei PSD e, como militante li atentamente o respectivo programa - tanto mais que propaganda/aliciamento fiz – e nada vi escrito sobre tal tema.

Como católico e, sobretudo, cristão, acredito que apenas Deus é dono da vida humana, Assim, enquanto pensar deste modo, jamais imaginarei alguém, por muitos sacrifícios/dores que possa estar sujeita, a colocar fim à vida ou a solicitar a outros que o façam. O padecimento é algo, não fruto da criação Divina, mas dos males que o Mundo enferma. Como tal deve servir, independentemente do credo/situação, como expiação. Nascemos a sofrer e, na generalidade, da mesma forma havemos de perecer. No intermédio muitas alegrias temos, tendo sempre presente que estas são bem maiores que aqueles, e, como é lógico, as quais servirão de equilíbrio aos padecimentos. Quando quisermos uma vida apenas provida de felicidade então o nascimento é desnecessário.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:29

Janeiro 29 2020

De modo algum concordo com a proposta do Livre, proferida, na Assembleia da República (AR), por Joacine Katar Moreira no sentido de que todo o património das ex-colónias, presente em território português, possa ser restituído aos países de origem de forma a "descolonizar" museus e monumentos estatais, tal como não estou com o poste publicado por André Ventura em que propõe que aquela seja devolvida ao seu país de origem.

Não concordo, repito, mas também não apoio a posição da esquerda e extrema-esquerda, começado no Livre, passando pelo BE e terminando no PS, a qual mais não reflecte do que a postura de virgens ofendidas. Então este último, após o episódio deplorável do Presidente da AR, Ferro Rodrigues, sobre a "vergonha" de André Ventura, vê-se que não aprendeu nada com os erros.

E não me ajusto a tais posições por duas razões, a saber: primeiro, por não terem envergadura moral para lidarem com esta situação, já que em casos semelhantes deram indicações completamente antagónicas; segundo, porque seguiram o caminho que o líder do Chega! mais pretende, i.e., que falem dele, que o publicitem. André Ventura, com vantagens constantemente acrescidas, neste momento adoptou aquela velha máxima “não importa se falem mal ou bem de mim. O importante é que falem”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 13:29

Junho 17 2019

As audições da Comissão de Inquérito Parlamentar aos financiamentos estranhíssimos da CGD, ocorridos entre 2005 e 2011, com a consequente ruptura financeira desta, a qual tivemos todos nós de cobrir, é, se não fosse caso para chorar, um pagode. Por mim, aquela encerrava de imediato, poupando assim uns valentes milhares de euros em relatórios/actas, deslocações, traduções, etc., etc.

Andem por onde andar, ouçam este e aquele e o aqueloutro, vejam e revejam a mais variada documentação, façam inclusive o pino, que no final hão-de chegar à brilhante conclusão que a culpa vai ser, quanto muito do porteiro do banco público ou da empregada de limpeza do BdP, mas jamais dos políticos e/ou dos banqueiros.

“Não me recordo. Já passou tanto tempo. Quem permitiu tal foi X, Y e/ou Z. Apenas cumpri ordens. Nem sequer estive na reunião”. Eu, pessoalmente, não devo nada”. Estas são algumas das muitas afirmações desenvergonhadas por todos ouvidas. Calculado e resumido, o final é certo: paga Zé e não bufes.

Já agora, não me admiro nada que um dia destes, surja um novo caso, este ocorrido nos presentes dias, muito semelhante àquele, e que jamais encontrará quaisquer culpados. Nós somos assim. O que se há-de fazer?

publicado por Hernani de J. Pereira às 16:43
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Maio 29 2018

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A eutanásia morreu. Pelo menos por agora. Para mim, “paz à sua alma” para sempre. Na mesa de operações – leia-se hemiciclo da AR -, foi aberto o seu corpo, esventrado até. De todas as formas e feitios foi visto e revisto, tendo-se chegado à conclusão que não necessitava de operação e por isso foi fechada a respectiva carcaça. Todas as investigações técnicas foram realizadas e tendo-se chegado ao diagnóstico esperado, fechou-se o ciclo. Amanhã é outro dia.

Já ontem o escrevi e volto a repetir: eis o meu testamento vital: EUTANÁSIA NUNCA. Deus deu-me a vida e apenas Ele saberá quando, como e onde me a tirará.

Sim, bem sei que existem caminhos, a nível da saúde, que são muito caros. Refiro-me, como é óbvio, aos cuidados paliativos. Todavia, não é por serem caros que não se devem implementar para assim serem percorridos por todos aqueles que sofrem desta ou daquela doença incurável. Apesar de ninguém, por puro sofisma, argumentar com o factor financeiro, também não desconheço que a eutanásia seria mais económico para o Estado. Porém, é para esse lado que durmo melhor!

Por outro lado, ajudar o outro no seu sofrimento, tanto no plano farmacológico, como social e sobretudo espiritual, deve ser o brasão de qualquer pessoa bem formada. Com as mãos se salva uma vida. Com uma palavra e um sorriso se saúda o coração.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:28

Abril 18 2018

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Os deputados da AR, representantes dos Açores e Madeira, para além de receberem mais que os do continente 500 € por semana (subsídio de deslocação), têm direito ao pagamento de uma viagem semanal, de ida e volta, nunca inferior àquele valor (subvenção de mobilidade). O problema coloca-se quando este bónus é pago aos aludidos deputados independentemente de efectuarem ou não as ditas viagens.

Ora, tal procedimento pode ser legal, mas não é defensável eticamente, por muito que o presidente da AR diga o contrário em abono dos seus camaradas, claro está. E adianta que este assunto não deve ser discutido fora do local apropriado. Leia-se exclusivamente na AR.

Esta posição, criticável a todos os títulos, ainda por cima pretende colocar uma rolha na boca dos portugueses. Autêntica censura.

Claro que não são apenas deputados do PS. Outros do PSD também fazem o mesmo. Infelizmente, acrescento. Saúde-se a posição do deputado BE, o qual apresentou a sua demissão e promete repor o dinheiro recebido pelo mencionado esquema.

Depois queixem-se de que os políticos são mal vistos pelos portugueses.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:13

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