Nunca fui grande fã de Cristiano Ronaldo. Então da família que, sistematicamente, vive à grande e à francesa às custas daquele não gosto mesmo nada.
Por o considerarem um jogador de excelente gabarito e, nessa ordem de ideias, ter muitíssimo dinheiro, acha que pode fazer tudo e mais alguma coisa sem dar cavaco às tropas. Como é do conhecimento público, adquiriu um apartamento – chamam-lhe penthouse – no topo de um dos edifícios mais altos de Lisboa, o qual, para além de possuir uma vista de 360º, custou algo como sete milhões de euros (!!!), i.e., o mais caro da capital e diga-se, desde já, um preço obsceno.
Não contente com isso, decidiu construir, sem licença camarária, desrespeitando a traça arquitectónica, a qual, como qualquer outra obra artística, está protegida por direitos de autor, um terraço coberto. Como é óbvio a comunicação social fez eco desta anomalia, aliás sem o criticar muito. Fosse outro e teriam dito cobras e lagartos.
Todavia, o pior estava para vir. A irmã, de sua graça Kátia Aveiro, veio a público afirmar que era uma ignomínia, uma autêntica vergonha, o que estavam a fazer com o coitado do irmão, este que ainda há pouco tinha doado 3,4 milhões de euros ao Hospital de Santa Maria para equipar uma das suas novas áreas médicas.
Em conclusão: de acordo com o pensar do clã Aveiro, um sujeito desde que doe uns milhões está isento de cumprir a lei. Infelizes aqueles que não têm dinheiro: ou cumprem a lei ou vão ver o sol aos quadradinhos.