A questão do excesso de gastos pela administração pública tem muito que se lhe diga. E não é de agora, pois desde há décadas que, nos variados sectores, se implantou uma política de desperdício, de aversão à contenção, de olhar para o lado evitando, deste modo, de ver o óbvio, de fazer quanto pior melhor, de achar que quanto maiores forem os gastos mais a economia cresce, uma vez que, demagogicamente, muita gente pensou e ainda pensa que o Estado deveria ser o motor da economia, qual sistema socialista e centralizado.
Aliás, não é por acaso que existe uma corrente no PS, não tão minoritária quanto se julga, que advoga que se deve manter ou até aumentar o nível de impostos para assegurar aquilo que designam como estado social, i.e., saúde, educação e justiça gratuita. E ao pé de casa de cada um dos portugueses! Duvidam? Vejam as últimas declarações de Jorge Galamba e, principalmente, do secretário-geral, António José Seguro, que afirmam, quando forem governo – imaginam que será em 2015! -, repor todos centros de saúde, hospitais, escolas e tribunais ultimamente encerrados, como se, por um passo de mágica, de um momento para o outro, houvesse dinheiro para tudo e para todos.
Todavia, o mais grave é a desfaçatez de admitirem, sem vergonha alguma, aumentar os impostos, como se fosse possível sobrecarregar ainda mais aqueles que, hoje-em-dia, com muito pouco ficam devido à enorme “canga” que já suportam. Bem, a não ser que queiram que os trabalhadores no activo apenas vegetem para suportar as crianças, os estudantes – especialmente aqueles que não estudam nem deixam estudar -, pensionistas, idosos e outros que vivem à sombra do Estado.
Acresce, por outro lado, que o anúncio do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, - nota-se a sua ambição desmedida -, de que irá ser criada uma comissão para estudar a reforma do IRS com vista à sua descida em 2015 – a propósito: foi necessário alguma comissão para a sua subida? – não passa de uma estuporada manobra eleitoralista.