Se tudo correr conforme o planeado, hoje foi o primeiro dia dos últimos dois anos de aulas. Inicio já cansado o que não é bom augúrio. Longe vai o tempo em que estes primeiros dias de aulas eram preenchidíssimos e cheios de calor e, porque não dizê-lo, até com algum glamour. O contacto com os alunos que nos chegavam, sobretudo aqueles que até nós se dirigiam pela primeira vez, a palavra amiga dos pais e encarregados de educação, os últimos pormenores tratados com desvelo com os colegas e pessoal não docente, tudo servia para encher o peito e proclamar que “a luta é difícil mas a vitória é certa”.
Muita água passou debaixo das pontes e como o tempo não volta para trás, resta a nostalgia. Não sou daqueles, já o disse imensas vezes, que se voltasse atrás faria tudo igual. Bem pelo contrário. Tantas e tantas coisas que faria completamente diferente. Tantos factos, eventos e atitudes que enfrentaria de outro modo.
Hoje, com gosto, mas já com algum esforço é que lá vou. Os anos não perdoam e a vida tem sido - perdoem-me talvez o excesso de humildade - madrasta. E se aparento algum queixume, não é propositadamente, pois bem sei que aqueles que sofreram e sofrem mais que eu são em maior número que o contrário.
Entretanto, bom ano para todos os colegas e principalmente para os meus alunos.