O Ministério da Educação (ME) anunciou, com pompa e circunstância, que vai, por estes dias, autorizar as escolas a contratar mais 500 docentes para prestar apoio aos alunos com dificuldades. Como sempre, há os que arregalam os olhos com estas notícias bombásticas, embandeirando em arco, fazendo uma enorme festa, lançando foguetes e indo ao cúmulo de apanhar também as canas, e existem aqueles que não se deixam enganar por cantos de sereia.
Nada mais demagógico. Como sabemos todos, bastando para isso pensar um pouco, os alunos com dificuldades, a meio do primeiro período, já se encontram devidamente identificados. Então, em Dezembro nem se fale!
Por isso, se o ME queria, em boa verdade, apoiar aqueles discentes deveria ter o processo de contabilização dos professores necessário o mais tardar nos inícios do transacto mês, de modo a que a sua contratação se fizesse ainda neste e iniciassem as respectivas funções logo no primeiro dia de aulas de Janeiro.
Porém, tal obrigava - mas quem não quer ser lobo não lhe veste a pele – à sua contratação alguns dias, mesmo que poucos, antes do ano civil terminar, o que faria aumentar a despesa e o obviamente défice de 2016.
Assim, os ditos docentes estarão ao serviço, na melhor das hipóteses, em meados de Fevereiro, o que, na prática, quer dizer que, por muito que dêem o máximo - e acredito que muitos o façam –, não conseguirão fazer milagres, i.e., não poderão recuperar em menos de metade do ano tudo o que o aluno deveria apreender em todo.
Bem, a uns, aos mais carenciados, resta a reprovação. A outros, os mais expeditos, há muito que arranjaram explicadores. No fundo, no fundo, quem se lixa mesmo é sempre o ...