Se estão à espera que escreva sobre o terramoto político que ontem desabou sobre Portugal, tirem o cavalinho da chuva. Tanto mais que, tendo em conta a contínua chuva, o animal era bem capaz de adoecer gravemente.
Em boa verdade, não falarei sobre a demissão de António Costa – aqui entre nós, não deixa muita saudade -, tanto mais que nada iria acrescentar ao que têm dito (as dezenas, senão centenas de comentadores) isto, aquilo e o seu contrário sobre o ambiente político entretanto instalado. A corrupção fala mais alto.
Dissertarei, sim, sobre a chuva que, dia após dia, persistentemente teima em não nos abandonar. Sim, eu sei que fui um dos muitos que, durante largos meses, pediu, insistentemente, a S. Pedro que nos enviasse chuva. Aliás, poucos havia que não estavam cansados de tantos dias de sol e, sobretudo, de temperaturas altas, i.e., bem acima da média. Mas, tal como pedi a vinda de chuva, também sou o mesmo a solicitar o fim da mesma.
Todos sabemos que nesta questão do clima, apesar da má influência humana – leia-se alterações climáticas -, Deus tem sempre a última palavra. Ai se assim não sucedesse. Se fosse o Homem – linguagem politicamente incorrecta (!!!) – a mandar, há muito que nos teríamos matado uns aos outros. É só lembrar o adágio “uns querem sol na eira, outros chuva no nabal”.
Agora, sabendo que a continuar este tempo – bem, favorece a EDP – as produções hortícolas, bem como os trabalhos de Inverno vão, literalmente, por vala abaixo, encarecendo de modo extraordinário tais bens a nível do consumidor, é altura para pedir novamente a S. Pedro. Só que, desta vez, para implorar que venha sol. Aliás, se vier acompanhado de frio não faz mal nenhum. Bem pelo contrário.