O governo, pela voz da ministra da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, anunciou a construção de residências universitárias em Lisboa – onde mais poderia ser? - para os filhos dos funcionários públicos.
Se relativamente à primeira parte nada a obstar, ou melhor até é de aplaudir a edificação de mais “habitação social” para os estudantes do ensino superior, já no que concerne à segunda estou totalmente contra. E, apesar de ser funcionário público, estou contra pois sempre me incomodaram, e de sobremaneira, os privilégios, a permanência de castas, a providência só para alguns, como se o sol quando nasce não fosse para todos.
É bom recordar que antes de 25 de Abril, a maioria dos funcionários públicos auferiam tarde e mal, muito abaixo do sector privado. Daí que só ia trabalhar para o Estado quem não conseguisse emprego noutro lado. Justificava-se, assim, algumas regalias. Todavia, após aquela data e, sobretudo, nos últimos anos a situação inverteu-se e de uma forma drástica. Sem desemprego, nem lay off e muito menos salários em atraso, serão, se encararem a actual situação de uma forma digna, os derradeiros a queixarem-se.
Aliás, estou plenamente convencido que a generalidade dos aludidos funcionários públicos rejeita veemente mais esta prerrogativa.