O meu ponto de vista

Maio 27 2019

Hora do almoço. Ora uns, ora outros, lá fomos comer alguma coisa. No espaço de uma hora, contando com as viagens, não há tempo para digerir muito. E logo hoje que havia almoço comunitário no Centro dos Banhos, algo que merece sempre uma estadia demorada. Hoje foi … comendo e andando. O que tem de ser tem muita força.

Entretanto, chegam as 15h00 e a votação subiu para os 16,4 %. A previsão, na melhor das hipóteses, chegará aos 25 %, o que quer dizer, sem margem para dúvidas, que a esmagadora maioria das pessoas nada quis saber desta eleição. Culpados? Existem muitos, a começar pelos políticos. Porém, ninguém está isento de culpas. Fácil, fácil é atirar pedras. Desculparem-se com os políticos é o mais usual. E dá sempre jeito. Todavia, não deixa de ser menos verdade que aqueles não se auto-elegeram. Isto não os desculpa, bem pelo contrário. Quando os elegemos fizemo-lo tendo presente o sentido ético e plenamente convictos da sua dignidade. Abastardaram-se? Então castigamo-los votando diferente. Jamais a abstenção serviu o fim mais curial.

Uma hora passou. A percentagem dos votantes situa-se nos 18,5. E nunca mais chegam as 19h00. Vão valendo as águas das “pedras” que atenuam a sede, bem como a ânsia do término desta tortura.

Engraçado - ou talvez não – é que quando vamos à pastelaria, situada mesmo ao lado, encontramo-la cheia, com imensas pessoas que não se dignaram andar mais uma dúzia de passos para votar. Ainda sugeri mudar a mesa de voto para aquele local com vista a diminuir a abstenção, mas por falta de espaço naquele local tal ideia foi abandonada.

Salva-nos alguns sentimentos positivos. A aspereza não tem aqui lugar. A simpatia e o contar de estórias, fundamentalmente entre os mais velhos, é o lugar-comum.

Ufa, finalmente o relógio bate as 19h00. A contagem dos votos, bem como o preenchimento de mil e um documentos levam quase duas horas. A abstenção, afinal, situa-se em pouco mais que os 70 %. Bem bom!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:24

Maio 26 2019

Uma mesa de voto, cinco pessoas e uma sala, na maior parte do tempo, literalmente às moscas. De vez em quando, a monotonia é quebrada pela chegada e um ou outro cidadão, ou por qualquer chalaça dita por qualquer elemento do referido quinteto.

A meio da manhã, a junta de freguesia simpaticamente manda entregar natas e cafés. Soube maravilhosamente. Quebrou a rotina e repôs as energias gastas em tão árdua tarefa. Sim, fazer pouco também cansa.

É do conhecimento geral que as empresas/organizações mandam parar determinados sectores quando o número baixo das encomendas assim justifica. Neste acaso deveria acontecer o mesmo. Por exemplo, encerrávamos portas quando o nível de frequência baixasse a um nível previamente estabelecido. Reabríamos quando se registasse o oposto. Outra hipótese: abrir apenas durante determinados intervalos de tempo. Fica a sugestão.

Três horas a pós a abertura das urnas a percentagem dos votantes não chegam aos nove. E o raio dos ponteiros do relógio não avançam ou se o fazem é muito devagar.

De vez em quando, surge uma ou outra pessoa mais idosa, daquelas que só vemos nestas ocasiões, as quais aproveitam para longos minutos de conversa. O tempo é longo e é também uma obra de caridade a atenção dispensada.

Sem mais para fazer, dei uma vista de olhos pelas listas das 17 (!!!) candidaturas. Conclusão: entre efectivos e suplentes contei 493 pessoas. Pergunto a mim próprio como é possível haver tanta gente disponível para estas causas, mesmo sabendo que a maioria apenas deu nome para “encher” a respectiva lista. Imaginem quantos dias de trabalho não foram executados, pelo menos enquanto durou a campanha eleitoral.

São 12h00 e a percentagem subiu apenas dois pontos. Como aguentar esta “seca”? Caramba, nem o fim da missa fez aumentar o fluxo de votantes. A única novidade é haver alguns eleitores exercer o seu direito cívico de calções e havaianas. Das duas, uma: vão para a praia ou isto está a transformar-se num imenso Brasil.

 

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:20

Maio 24 2019

De cada vez que se aproxima uma eleição, os “profissionais” da política alertam-nos todos os dias para o perigo da abstenção. Tendo votado sempre, concordo com o apelo, mas … Este mas, porém, tem a ver, sinceramente, com o comportamento daqueles. Sim, sem margem para dúvidas, são aqueles que têm levado a que, de forma esmagadora, os abstencionistas tenham aumentado para além do surgimento de forças radicais e incontroláveis. Podem acusar-me de populismo, mas a verdade é irrefutável.

Bem sei que nem todos os que se dedicam à política são maus. Felizmente ainda existem, infelizmente poucos, homens e mulheres aí exercendo o seu múnus e que são honestos, lutando, por conseguinte, pelo melhor dos seus concidadãos. Todavia, é só ver a TV ou ler os jornais para ver a “cáfila” que geralmente nos governa.

E não se pense que apenas isto se passa a nível governamental ou no escalão das cúpulas partidárias. A questão estende-se ao mais nível mais baixo, sem que esteja a depreciar a categoria das bases. Também aqui o amadorismo, a falta de ética, o incumprimento da palavra, bem como as desculpas mais esfarrapadas são o pão-nosso de cada dia.

Depois queixam-se que, hoje-em-dia, poucas ou nenhumas pessoas queiram militar partidariamente. Com o que vemos, não admira.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:25

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