Hora do almoço. Ora uns, ora outros, lá fomos comer alguma coisa. No espaço de uma hora, contando com as viagens, não há tempo para digerir muito. E logo hoje que havia almoço comunitário no Centro dos Banhos, algo que merece sempre uma estadia demorada. Hoje foi … comendo e andando. O que tem de ser tem muita força.
Entretanto, chegam as 15h00 e a votação subiu para os 16,4 %. A previsão, na melhor das hipóteses, chegará aos 25 %, o que quer dizer, sem margem para dúvidas, que a esmagadora maioria das pessoas nada quis saber desta eleição. Culpados? Existem muitos, a começar pelos políticos. Porém, ninguém está isento de culpas. Fácil, fácil é atirar pedras. Desculparem-se com os políticos é o mais usual. E dá sempre jeito. Todavia, não deixa de ser menos verdade que aqueles não se auto-elegeram. Isto não os desculpa, bem pelo contrário. Quando os elegemos fizemo-lo tendo presente o sentido ético e plenamente convictos da sua dignidade. Abastardaram-se? Então castigamo-los votando diferente. Jamais a abstenção serviu o fim mais curial.
Uma hora passou. A percentagem dos votantes situa-se nos 18,5. E nunca mais chegam as 19h00. Vão valendo as águas das “pedras” que atenuam a sede, bem como a ânsia do término desta tortura.
Engraçado - ou talvez não – é que quando vamos à pastelaria, situada mesmo ao lado, encontramo-la cheia, com imensas pessoas que não se dignaram andar mais uma dúzia de passos para votar. Ainda sugeri mudar a mesa de voto para aquele local com vista a diminuir a abstenção, mas por falta de espaço naquele local tal ideia foi abandonada.
Salva-nos alguns sentimentos positivos. A aspereza não tem aqui lugar. A simpatia e o contar de estórias, fundamentalmente entre os mais velhos, é o lugar-comum.
Ufa, finalmente o relógio bate as 19h00. A contagem dos votos, bem como o preenchimento de mil e um documentos levam quase duas horas. A abstenção, afinal, situa-se em pouco mais que os 70 %. Bem bom!