Já não de agora e muito menos original, mas que vivemos tempos difíceis ou, melhor, incompreensíveis, é verdade. Entidades e pessoas cuja matriz é o colectivismo, onde a propriedade e a liberdade individual não são admissíveis, mas no que respeita à eutanásia são os primeiros a colocar como prioritária a vontade de cada um, é de espantar. É o exemplo do BE e do Livre, sendo de bom-tom, ressalvar a atitude positiva do PCP.
Quando num dos poucos países europeus onde a morte assistida é permitida, como é exemplo a Holanda, se começa a discutir a possibilidade de dar um comprimido, a cada pessoa com mais de 70 anos, com o fim desta, se assim o entender, tomar e assim colocar fim à vida, é absolutamente necessário colocar travão, enquanto podemos, a esta deriva suicidária.
Que cada um pode terminar com a sua própria vida, é mais que sabido e acompanha o homem desde que é homem. Não aprovo, não compreendo, mas desde que não esteja na minha mão impedir nada posso fazer a não ser rezar. Uma coisa é certa, toda a pessoa é livre de cometer as maiores loucuras, como é o caso do suicídio. Todavia, se estiver na minha mão impedir tal, jamais respeitarei essa vontade, uma vez entender este meu gesto, não como um atentado à liberdade individual, mas como amor. Contudo, neste caso, não me posso rever somente no caso impeditivo, mas também no cuidado que devo ter para com o próximo. E o que falta são estes cuidados, estes gestos de amor.
Há que pensar nisto: algo vai mal, quando se passeia o cão diariamente na rua, onde este é tratado como se filho fosse, enquanto os progenitores são abandonados em suas casas, sujeitos a solidão atroz, ou encerrados em lares sobrelotados.