Como é do conhecimento público são muitíssimas mais as vezes que estou em desacordo com Manuel Alegre (MA) do que ao contrário. Contudo, existem excepções. Por exemplo, apesar de saber, de antemão, que a culpa não foi de Cavaco Silva (CS), uma vez que, apesar de ilustre convidado, não teve qualquer interferência na escolha do local, concordo com o poeta e candidato a PR quando afirmou que a pobreza e a fome não se atenuam à porta do casino, embora também saiba que não é com demagogia e incoerência, onde MA é mais que pródigo, que se combatem.
Este episódio veio-me à memória quando sou convidado a participar num jantar de homenagem a um ex-funcionário, o qual por estar, neste momento, no desemprego necessita de ajuda.
E aqui chegados, há que, antes de mais, indagar: o aludido ex-colaborador apresenta um bom desempenho e é absolutamente necessário para a prossecução dos objectivos da instituição? Se sim, como é por todos reconhecido, não lhe promovam um jantar, mas pressionem quem de direito a proporcionar-lhe o merecido emprego. Tanto mais que, pelo menos na aparência, as relações entre os mais directos responsáveis são as melhores, como os actos eleitorais o provaram. Ou será que o encantamento já se desvaneceu?
Voltando ao cerne da questão, socorro-me de MA e também eu digo que não é deste modo que se dignifica alguém. Por exemplo, não seria mais curial e prestigiante promover um abaixo-assinado? Seria dos primeiros, senão mesmo o primeiro a subscrevê-lo.
Todavia, isto não invalida que haja pessoas que participarão de boa fé em tal evento. Conheço-as bem e, por isso, sei que não entram, por dá cá esta palha, em jogadas de bastidores. A estas compreendo-as. Às outras … Bem, se hipocrisia pagasse imposto não estávamos nesta crise.
Saliento, por fim, que, como é evidente, a solidariedade com aquele é incondicional, como ele, aliás, bem sabe. Não foi por acaso que, em tempos, fui eu que o seleccionei de entre muitos outros candidatos.