Esta é a altura propícia para se fazer o balanço do ano que está prestes a findar, bem como formular votos para o próximo. Quanto àquele desiderato, o mesmo ficará para um próximo texto.
Sem descortinar qual a vantagem de enunciar muitos e variados objectivos, recusando, por outro lado, entrar no campo da demagogia e muito menos no do populismo, fica desde já assente, que as minhas aspirações para o próximo ano serão poucas e, na medida do possível, concisas.
Existem decisões que custam pouco ou nada e que geram actos de elementar justiça, essenciais para quem delas deve beneficiar. Essas, sem a menor dúvida, deverão ser tomadas e de imediato. Contudo, apesar do optimismo que me caracteriza, seria ingenuidade da minha parte acalentar esperanças que a simplificação burocrática, a gestão rigorosa da “coisa” pública, o fim da corrupção, o aumento da produtividade, o fim do desemprego, entre muitos outros propósitos, seja uma realidade em 2011.
Assim, antes de mais, precisamos, como pão para a boca, de um sinal claro de um Estado preocupado em exercer uma intervenção eficaz e segura junto dos cidadãos.
Como é evidente se isto fosse alcançado já não era pouco. Todavia, permitam que não me fique apenas por este desejo. É que necessitamos também uma mediação que seja ágil e assertiva, de modo a facilitar a vida das pessoas e das organizações, bem longe das velhas e bafientas práticas de sufoco burocrático, as quais, como é óbvio, geraram, quase sempre, uma indesejável desconfiança em relação ao poder.
Na prática, para 2011 desejo fundamentalmente que haja menos Estado, mas melhor Estado.