Não sou, de modo algum, saudosista, mas os anos que já carrego sobre os ombros dão-me, hoje-em-dia, uma nova perspectiva, um novo sentir, um modo distinto de observar o que me rodeia. Enfim, aos poucos deixo de lado os sonhos e com os pés bem assentes na terra, nesta terra que me suja e simultaneamente me lava, descortino novas paixões.
Sou de uma época em que as relações assentavam na honra da palavra dada, na honra do compromisso assumido, na seriedade e honestidade colocados nos negócios e nos acordos firmados, princípios que hoje, por alguns, infelizmente não tão poucos como isso, estão delapidados e desprezados. Um negócio fechado com um aperto de mão era como um contrato assinado e, por isso, era inabalável e tinha de ser cumprido.
Foram estes os valores que marcaram e continuam a marcar toda a minha vida. Assim, posso dizer com toda a segurança que aquilo que fui e o que sou se deve a ter colocado em tudo o que fiz um elevado sentido de responsabilidade, muito rigor e, sobretudo, um imenso amor.