As reivindicações dos professores, com recurso à greve, duram há mais de um mês, mas só agora os portugueses parecem ter acordado para tal realidade. Capitaneados (!!!) pelo STOP, uma organização designada de marginal, levou, face à enormíssima adesão dos docentes, a que nos últimos dias outros sindicatos acordassem do marasmo – há quem lhe chame até colaboração - de anos e anos, como são exemplos a Fenprof e a FNE. Como é óbvio todas estas movimentações mexeram com o PS. E recusando-se a habituarem-se, lá vai disto …
Assim, não admira que nos últimos dias o ME e hoje o primeiro-ministro começassem a colocar em marcha a já habitual campanha de contrainformação. Não há telejornal, jornal, rádio e rede sociai que repita à exaustão a opinião do governo. Começam por referir o prejuízo para os alunos e respectivas famílias, sugerem a investigação pela IGE, recorrem a parecer da PGR, especialistas de direito emitem opiniões contra a greve, falam no estabelecimento de serviços mínimos, entre tantos outros desmandos.
Para além disso, afirmam que a colocação dos docentes jamais esteve equacionada no âmbito da designada descentralização municipal. Todavia, todos sabemos que quando vemos as barbas do vizinho a arder devemos colocar as nossas de molho. É que a municipalização do ensino, neste momento, já abarca o pessoal não docente e a responsabilização pela parte edificada. Já agora, lembro que a demora na substituição de uma simples lâmpada, da incumbência da autarquia, pode ter consequências graves na docência. Por outro lado, também é verdade que ouvimos, imensas vezes, senão todos pelo menos a maioria, dizer que não fazia qualquer sentido uma câmara ter responsabilidade sobre o ensino no município se não tivesse uma palavra sobre os professores que aí exercem o seu múnus.
Mais: tal como receberam de mãos abertas a gestão do pessoal não docente – os votos, sempre os votos – anseiam ferverosamente a administração dos professores. Nunca o disseram claramente, mas que é verdade é.
Por último, recordam-se da última vez que foi falada a questão da requisição/estabelecimento dos serviços mínimos aos professores? Foi, em 2014, no governo de Passos Coelho aquando da marcação de uma greve aos exames. E lembram-se o que disse, então, o PS e os demais partidos da esquerda? Vá lá façam um esforço e pesquisem!