Após a tempestade violentíssima a que, economicamente falando, fomos sujeitos ainda não é tempo de bonança. Muito longe disso, conforme venho afirmando. Contudo as nuvens carregadas de más notícias para a globalidade dos cidadãos e, por conseguinte, para os sectores mais débeis da sociedade, parecem estar, pouco a pouco, a dar lugar a tímidos rasgos de luz, os quais permitem vislumbrar melhores dias para quem labuta diariamente neste país.
O cenário de partida, com toda a sinceridade, era tudo menos animador. Défice altíssimo, desemprego galopante, juros a crescer de uma forma desmesurada e, acima de tudo, quem, cada vez mais, se recusasse a emprestarmo-nos um cêntimo que fosse. Como é evidente, era uma situação insustentável da qual ainda, infelizmente, não nos livrámos.
É evidente que a actual coligação governamental cometeu muitos e crassos erros. A primeira, com toda a certeza determinante, prende-se com a recusa de envolver o PS, desde a primeira hora, na resolução da crise financeira/económica, numa atitude sobranceira que só lhe ficou mal. Agora, apesar de, dia sim, dia sim, apelar à participação dos socialistas no pós-troyka, é evidente que estes, por sofisma e colocando os interesses de Portugal muito longe dos seus horizontes, dizem e com alguma razão “ quem em tempos desdenhou de nós, não pode, nesta altura do «campeonato», querer os nossos beijos e abraços”.
Como todos concordarão, e podem dizer comigo, “este é um remake de um filme já visto e revisto dezenas de vezes”, o que não é de somenos importância, bem pelo contrário.
“Filme” já repetido tantas e tantas vezes que já lhe perdemos a conta, mas que, face à ausência de outros rumos, novamente nos irá custar os olhos da cara, já que o PS sabe e todos nós igualmente sabemos, caso volte a ser governo em 2015, não pode fazer diferente. A não ser que queira colocar o país à beira da bancarrota, tal como estava em 2011. Bem, diz-se que a história é feita de factos que se repetem! Será essa a nossa sina?