Para os distraídos e, sobretudo, para os mais esquecidos recordo que Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, aquando da posse do actual ME disse “esperar diálogo e coragem por parte do novo ministro. A juventude do ministro pode ser uma vantagem. Alguém sem preconceitos, sem vícios, pode ser um contributo positivo para fazer algo de diferente. Os problemas são enormes e uma pessoa que vem da área de investigação, da área do cancro, não tem medo de enfrentar problemas. E isso é positivo”, acrescentou aquele sindicalista. Adiantou ainda que também esperava que este ministro da Educação ouvisse antes de decidir e que estivesse bem apoiado ao nível das secretarias de Estado. “Tem de ser alguém capaz de ter uma postura dialogante e negocial”.
Quando o ministro Tiago Brandão Rodrigues completou 50 dias de mandato, a Fenprof enviou um comunicado às redações a fazer um «balanço positivo» da ação governativa. «É como se o Ministério da Educação tivesse realizado obras de saneamento básico, aliás mais do que indispensáveis... A nova equipa ministerial limpou o entulho. Agora, há que partir para as medidas de fundo», salientou no documento o secretário-geral da Fenprof.
Caros amigos, quando pensam que isto foi dito? Trinta anos? Puro engano, pois foi apenas há três anos. De lá para cá andaram de braço dado. Diria mais: Mário Nogueira andou com o ME nas palmas das mãos e só recentemente viu que os encómios e o colinho tinham dado numa mão cheia de nada e descobriu que, para agravar a situação, até havia vontade por parte do governo em alterar o Estatuto da Carreira Docente.
Embalado umas vezes, fazendo-se morto outras, acordou agora para pedir a demissão do ME. Rasga as vestes e bate com o pé de tanta indignação. Ora, bem sei que a nossa memória é curta. Contudo, pensar que é tão diminuta assim é tentar ter prazer onde só existe dor.