De acordo com as contas da multinacional de recrutamento Adecco, os salários portugueses estão 1005 euros abaixo da média europeia. O salário médio bruto nos 28 países da União Europeia é de 1995 euros mensais, enquanto um profissional português leva, em média, para casa ao final de cada mês 986 euros.
Contudo há países europeus em piores condições do que os portugueses. Estónia, Croácia, Eslováquia, República Checa, Polónia, Letónia, Hungria, lituânia, Roménia e Bulgária compõem a lista de dez países onde a média salarial é ainda mais desfasada da europeia.
Se até aqui nada de muito novo é relatado, o caso muda de figura se levarmos em linha de conta a carga fiscal, bem como as condições de vida que os portugueses suportam. Os impostos continuam a subir exponencialmente e a imaginação dos nossos governantes para inventar novas formas de nos ir aos bolsos é fértil e não tem limites. Isto apesar de nos dizerem o contrário, ao mesmo tempo que nos atiram areia para os olhos. Quando estivermos cegos acreditamos!
No caso concreto das condições de vida, as quais, como é evidente, não se encontram dissociadas da questão anterior, andam pelas ruas da amargura. Cito apenas dois exemplos: existe um número considerável de portugueses que não têm direito a férias e aqueles que as têm, a larga maioria passa-as em casa; as nossas estradas, salvo raras e honrosas excepções, nos dias de hoje, quase parecem crateras lunares, tantos são os buracos, mercê da falta de manutenção.
Por outro lado, as gorduras do Estado e um funcionalismo público insaciável de mais e mais regalias levam ao disparar do défice, o qual, para ser controlado de acordo com os parâmetros da UE, provoca, no presente ano, cativações na ordem dos 500 milhões de euros, empurrando para amanhã os problemas de hoje. Um aparte: esta engenharia financeira não é virgem. Original é não haver alarido sindical e muito menos a agitação social da opinião pública induzida pela esquerda e extrema-esquerda. Bem, sinais dos tempos!