Por vezes não há volta a dar. Sentimos uma vontade inabalável de apresentar as imensas angústias e as enormes dificuldades, bem como também os anseios que diariamente nos assolam. É o caso ocorrido nos últimos dias.
Pensava eu, na minha santa ignorância, que após me aposentar entraria num período de acalmia, i.e., sem horários e muito menos obrigações rígidas, usando e abusando da liberdade que me dá uma boa reforma, em termos financeiros, entenda-se.
Ora, efectivamente trabalho muito mais que há um ano ou dois. Com toda a franqueza, sinto-me mais ocupado que antes e com incumbências acrescidas. Culpa de quem? Essencialmente minha, mas não só. Como se costuma dizer, fácil é semear. O difícil é cuidar para depois colher. No fundo, tive, recentemente, mais olhos que barriga. Resultado, para não deixar as vinhas que comprei e plantei, assim como as terras e os olivais ao abandono não tenho parança.
Por exemplo, ontem andei em cima do tractor cerca de 6,5 horas, consumindo mais de 30 litros de gasóleo. É salutar este estado de vida? A resposta é absolutamente negativa. E o pior é que não há praticamente qualquer retorno. Só vejo dinheiro a sair e nenhum a entrar. Contudo, por muito que pense, não encontro outra solução.