O outro dia acusaram-me de que se a ausência de inteligência emocional pagasse imposto eu estaria na penúria. Como a palavras loucas, ouvidos moucos, desliguei. Hoje, porém, volto ao assunto, uma vez que tal matéria me interessa particularmente, tendo-a abordada em variadíssimos textos, incluindo um capítulo do meu livro.
Recomendando a leitura dos textos de Daniel Goleman, de certo modo, o guru de tal temática, sempre direi que as emoções motivadoras, as quais devem, por princípio, ser comandadas pela inteligência que lhe está associada, têm origem em crenças e comportamentos universais a que as teorias clássicas do intuito e/ou do objectivo têm dificuldade em responder.
Num mundo dominado pelas redes sociais e, sobretudo, pelo culto da individualidade, no qual a comunicação constitui a linfa que alimenta o erudito do sucesso, as necessidades de afirmação pessoal, as exigências de bem-estar ou a apologia dos valores ambientais tornaram-se direitos naturais, tanto no trabalho como no consumo, a que as organizações, bem como as pessoas, ainda não sabem muito bem como lidar.
Todavia, por muito que custe a determinadas pessoas, a inteligência emocional ainda é apenas uma aspiração, presa na garganta de alguns. Não obstante, tal pode constituir a marca simbólica de um novo entendimento.
Não estando, assim, a inteligência emocional ao alcance de qualquer um, pelo menos no grau desejável, adiantarei, porém, que a verdade – o cerne da questão abordada no tal dia – é como o azeite, i.e., vem, mais cedo que tarde, sempre ao cimo.