Todos sabemos que a economia é suportada quase na sua totalidade pelo sector privado. Aliás, não é por acaso que se nos alimentamos por estes dias aos trabalhadores do comércio devemos. Não quero dizer que os funcionários públicos não sejam absolutamente necessários. Veja-se o caso da entrega e devoção dos profissionais de saúde, de segurança e de forças de emergência, entre outros, para justificar esta minha afirmação.
Contudo, não deixa também de ser uma grande verdade quando se afirma que os funcionários do Estado se encontram numa situação de privilégio em relação aos restantes. Por exemplo, os funcionários públicos que estejam em casa, de quarentena devido ao Covid-19, guardando os filhos menores de 12 anos recebem o ordenado por inteiro, enquanto os do sector privado auferem apenas 2/3.
Já agora, esta pandemia, a qual todos desejamos que termine o mais rapidamente possível, trará para a economia consequências trágicas, bem piores que as de 2011. Acontece, porém, que os funcionários públicos manterão os seus postos de trabalho, enquanto o desemprego e o layoff afectará enormemente os restantes trabalhadores. Já agora a cereja em cima do bolo: os bloquistas, sem um pingo de vergonha, exigem que os funcionários públicos continuem a usufruir, para além das aludidas regalias, dos aumentos e progressões programadas.