A formação técnica está na ordem do dia. Cada dia se encontram mais jovens a apostar nas vias profissionalizantes e nos caminhos da engenharia. O grande problema é que a maioria de ambos os casos padecem de enfermidades que a curto e a médio prazo se pagarão caro. Os primeiros querem ser, acima de tudo, práticos, achando que não necessitam, para isso, de conhecer a mínima teoria. Aliás, por muito que se lute em contrário, muitos destes não são capazes de ter ideias e muito menos escrever uma linha de um texto, sobre o mundo tecnológico que pensam ou querem dominar, sem cometer vários erros. Já os segundos, por presunção ou defectividade do ensino, dão prevalência à teoria em detrimento da prática.
Resultado: o confronto permanente entre quem sabe mas não executa e quem faz mas não sabe porquê nem como.
Contudo, independentemente de uns e de outros, o mundo pula e avança, conforme diz o poeta. Os desafios impostos pela crise, com a impossibilidade de contratar tudo e todos, despertaram nos empresários portugueses a emergência de dotar os seus recursos humanos de conhecimentos especializados que os torne mais eficientes. Por outro lado, a formação – no sentido lato, entenda-se – tem efeitos muito positivos na motivação dos estudantes, que sentem a que a escola/universidade se preocupa com a sua carreira e posterior desenvolvimento profissional.
A dita formação e correspondente desenvolvimento traz benefícios para todas as partes e parece-me impossível que uma parte substancial das nossas escolas, quer sejam secundárias ou superiores, não estejam tão sensíveis a este tema como deveriam estar.
Costuma-se dizer que não existem bons práticos sem o mínimo de conhecimentos teóricos. Já o contrário é possível, apesar de não desejável, bastando lembrarmo-nos daqueles que se dedicam exclusivamente à investigação.