Cada cabeça sua sentença, diz a sabedoria popular. Contudo, há limites para tudo e o sentido de responsabilidade deve imperar sempre. Abandonar os outros à sua sorte, não fazendo uso dos poderes que o cargo lhe confere, é indigno, por muito que haja ou tenha havido erros em todo o processo.
O exercício de uma acção é sempre um risco e fazê-lo com assertividade nem sempre é possível. Mas a não actuação, a omissão, o cruzar de braços é um sinal inequívoco definidor do carácter de uma pessoa. De longe é preferível agir, mesmo que posteriormente se demonstre que o modo foi errado, do que fingir ou olhar para o lado.
Os nossos ditames não podem ser guiados exclusivamente pelos riscos. Fazer algo quando se vê ou sabe que daí advirão apenas vantagens é pura hipocrisia.
Meter as “mãos na massa”, enfrentar o “toiro pelos cornos”, pelo que se vê, não é para todos. É para quem, como diz o nosso povo, os “tem no sítio”.
A realidade de hoje é muito diferente da que era há dez, quinze ou vinte anos. E, por isso, as estratégias para enfrentar os problemas têm forçosamente de ser diferentes. Não compreender isto é não saber ocupar o lugar. A reorganização da sociedade e as suas implicações em todas as instituições exige profissionais que proporcionem segurança e, sobretudo, uma rectaguarda de confiança.