Morreu a Laura Ferreira. Só o nome me clama simpatia. Mas ao pensar no que sofreu, tal como outra Laura, que de tão perto me tocou, vêm-me lágrimas aos olhos.
Esta Laura, mulher de Pedro Passos Coelho, o qual, no silêncio do amor, na solidão da doença, sempre a acompanhou, merece, agora e sempre, a minha solidariedade.
Ainda quando primeiro-ministro, e a doença terrível se identificou, nem um queixume ou uma palavra de amargura se ouviu da sua boca. E os amigos? Bem, infelizmente muitos deles atiraram-lhe pedras. E quanto aos adversários políticos? Tanto os mais como os menos ilustres, bem como muitos cidadãos comuns, jamais deixaram de o vilipendiar, dizendo dele o que os maometanos não dizem do presunto.
Com todos estes escolhos prosseguiu o seu caminho, libertando o país da bancarrota e venceu as eleições. Não formou governo devido a uma coligação espúria. Todavia, o seu capital político permanece intacto e será, não tenho a menor dúvida, um dia a dignificação deste país.