O tema só é controverso para alguns. A larga maioria defende - e bem - que a formação de família é seu maior propósito. Cada vez mais, infelizmente, tal é adiado para idades mais tardias. As razões podem ser sociais, económicas ou de estabilidade amorosa e o mais frequente entre os jovens casais portugueses é ter o primeiro filho depois dos 30 anos.
O que todos bem sabemos – sim, eu sei que é algo à Lá Palisse – é que sem filhos não existem netos. E, como é óbvio, sem netos não existem avós. Falo, de um forma simples, mas igualmente muito interiorizada, por saber o quanto é bom ser avô e também por possuir igual certeza da imensa felicidade que os netos sentem quando têm os pais dos progenitores por perto.
Os avós não são apenas pais duas vezes e muito menos aqueles que tudo fazem para comprazer aos netos. Eles são, do mais profundo do seu coração, o elo que faz a ponte entre a autoridade natural dos pais e a benignidade e o carinho que as crianças, pelo menos os da mais tenra idade, necessitam para sobreviver no dia-a-dia, tantas vezes abespinhado. Sempre assim foi e ai daqueles que colocam esta verdade irrefutável em causa. Jamais se lamente o amor que os avós dedicam aos netos. O que se deve verdadeiramente deplorar são aqueles que, por um ou outro motivo, não usufruem deste importantíssimo calor filiar.
Não está apenas em causa uma relação familiar, tanto mais que por muito que ame a minha filha, adoro muito mais a minha neta. Há quem queira à luz da Ciência dilucidar tal fenómeno. Ora, jamais a Ciência pode explicar a relação entre netos e avós, tantas vezes incompreendida até pelos próprios pais. Aquela, aliás, não pode ser para aqui chamada uma vez que perante uma nova vida, por muito que a possa explicar, nunca alcançará o dom que possa traduzir por palavras o amor que une filhos e pais e, sobretudo, avós e netos.
Finalizo com um voto para a minha adorada neta. No dia do teu 4º aniversário um beijo do tamanho do mundo deste avô que te adora mais que tudo.