O mundo fica para trás. A vida de todos os dias é colocada em suspenso. As coisas que parecem urgentes perdem, subitamente, toda a importância … E, então, pensamos que desvendamos o tempo. O tempo e o espaço para relaxar é para (re)descobrir aquilo que pensamos que é realmente importante: nós próprios, os nossos prazeres, emoções, sonhos, enfim, o hedonismo na sua forma exponencial mais elevada.
Tempo e espaço para sentir, celebrar e (re)começar de novo. Sempre. Para a eternidade. Para isso é que existe o dinheiro. E se este for extremamente fácil é ouro sobre azul. Um mistério que se desprende de tudo e que almejamos que nos seja revelado.
Vieram-me à memória estas palavras a propósito de uma notícia relatando que Dave e Angela Dawes, 53 e 49 anos, respetivamente, de Wisbech, Cambridgeshire, ganharam o Euromilhões em 2011 num valor que chegou aos 117,5 milhões de euros. Terão pensado que nunca mais precisavam de se preocupar com dinheiro e o mesmo pensou o filho, Michael Dawes, e a companheira, que largaram os empregos e, ao longo de dois anos, gastaram 1,8 milhões de euros que o pai lhe foi dando.
Quando Dave Dawes recusou ao filho mais dinheiro, este decidiu ir para tribunal. Só que o juiz não se deixou convencer pelos seus argumentos e chamou-o de "filho profano".
Verdade seja dita que existem muitos «Michael» por este mundo fora. Não à espera de milhões, já que são poucos os progenitores que os têm, mas sempre à cata de algum, apesar de pouco ou nada quererem saber destes.