Se existe tema que todos estamos conscientes da sua enorme gravidade, esse tema é a decrescente natalidade de que, ano após ano, padecemos. Nenhuma função, independentemente do seu teor, fica imune a esta questão. Nos últimos anos assistimos, mais ou menos impávidos e serenos, ao resvalar da taxa de nascimentos e, como habitualmente, pensamos que tal há-de encontrar solução per si. Puro engodo, uma vez que, conforme a experiência nos ensina, o cenário apenas mudará se procedermos em conformidade.
Efectivamente, podemos encontrar no adiar de uma consecução efectiva de vida e, simultaneamente, continuar a permanecer em projectos temporários, uma boa forma de desenvolver – egoisticamente, é claro - as nossas vivências e aumentar a rede de conforto. É verdade, tal como não é mentira, que tal atitude somente disfarçará a nossa indiferença.
Notícias recentes deram-nos conta que, anualmente, em Portugal, por cada 1 000 crianças que nascem, 200 abortos são feitos. Ou lido de outra forma, o Estado, ou seja todos nós, paga para que se façam cerca de 40 abortos por dia.
Ora, tais contas terão que, obrigatoriamente, originar uma reflexão. É que senão a totalidade, pelo menos a esmagadora maioria, tivesse a graça da vida de que apenas Deus é Senhor, a questão da natalidade não se colocava.
Em jeito de conclusão, posso dizer, sem receio de ser desmentido, que a resolução deste assunto não assenta em mais e melhores condições para os actuais e futuros pais – apesar de muita coisa poder e dever ser feita neste âmbito -, mas sim no querer e, sobretudo, no ter Fé e Acreditar.
Não tenhamos dúvidas, há cinquenta ou cem anos, para não recuar muito mais, a dificuldade em criar os filhos era, sem sombra para dúvidas, muito maior. Senão acreditam, perguntem aos mais idosos.