Por muito que nos tenha custado e, certamente, vai continuar a custar, a mudança é obrigatória. Não há volta a dar. Para triunfar, hoje-em-dia, não basta ser tecnicamente bom. Não é suficiente ser bom na essência e na aparência; não é suficiente ter talento e competência, se não o souber demonstrar.
Na prática, a competitividade imposta pelo trabalho, cada vez mais concorrencial e global, obriga-nos a que, antes de mais, sejamos exímios vendedores de nós próprios. Aliás, muitos especialistas dizem, sem pudores, que actualmente o primeiro emprego é vender a marca pessoal de cada um.
Pode, à primeira vista, parecer chocante, mas não deixa de ser verdade. Não é que, pessoalmente, esteja de acordo, mas a realidade diz-me que assim é, apesar de lutar contra uma certa mercantilização da imagem e uma “marketização” dos talentos que Deus nos deu.
Aliás, a minha experiência ensina-me que o fazer muito, a entrega total à causa, o vestir integral da “camisola”, não são de modo algum factores primordiais para vencer. A arte do charme, o cantar da “canção do bandido”, o saber ouvir, independentemente de no minuto seguinte tudo esquecer, o falar eloquentemente, mesmo que, espremido, não dê líquido algum, fazem, na maior parte das vezes, milagres.
Por isso, se possui estas características tem mais hipóteses de ser lembrado, recomendado, contratado, promovido e, até, passe-se a eventual redundância, ser melhor remunerado.