A correria louca – pelo que vejo na TV - que alguns, senão a maioria, andam nestes dias, numa azáfama quase a raiar a loucura, correndo de loja em loja, de shopping em shopping, numa tentativa (vã) de agradar a este, àquele ou aqueloutro, acabando por ficar sem tempo para pensar no mais importante, dá-me oportunidade para reflectir nesse grande milagre que é a diversidade da vida.
Sim, porque o dia-a-dia a que me tenho votado ultimamente, isto é, a solidão do campo, consubstanciada na poda das vinhas, dá-me tempo suficiente para cogitar no âmago deste tempo que, por definição, deveria ser, numa palavra, de simplicidade. Na verdade no nascimento somos todos iguais, apesar de, infelizmente, nos momentos seguintes começarmos a diferenciar-nos.
Nas longas horas do dia, sem necessidade de citações, sou eu e a minha circunstância, sou eu, o lavrador, e a natureza. Ou será apenas suor, sangue e lágrimas? Pouco importa! O relevante é o sentir telúrico da mãe-terra e a aquiescência para o que a vida nos reserva.