Hoje em dia, por tudo e por nada, é costume encher-se a boca com a bonita expressão “as pessoas não são números”. Porém, apesar de não devermos confundir a árvore com a floresta, é conveniente atentarmos naqueles.
O número de desempregados, ainda que nos últimos tenha vindo a decrescer – hoje, parece que a tendência se inverteu -, é avassalador. Só alguém muito distraído não se apercebe dos milhares de pessoas que integram a fileira de desempregados não empregáveis e que, permanecem, ano após ano, desenquadrados de qualquer subsídio.
Por isso não estranhamos (!!!) quando se afirma que se passa fome em Portugal. E são muitos os que entram nesta estatística.
Mas como as pessoas não são números, tal como dizia no início desta crónica, não me apetece analisar números mas sim o grande problema social que se passa na porta ao lado da nossa. Enquanto os políticos digladiam sobre a quantificação de tal flagelo, sem o resolverem, há que destacar o papel de entidades como a Cáritas, o Banco Alimentar, a Comunidade Vida e Paz, a Serve the City, entre tantas outras, que têm, quase anonimamente, feito o que nos foi dito “dai-lhes vós de comer”! Bebamos, então, estas palavras em vez dos números.